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Frases dos usuários do KD Frases


Tony Filho
Há um hábito silencioso na sociedade: evitar pessoas de temperamento firme, como se isso fosse um defeito ou algo a ser corrigido. Costumamos preferir a companhia de quem concorda com tudo, de quem não questiona, de quem se molda para caber em qualquer espaço. Mas essa preferência revela mais sobre o nosso desconforto com limites do que sobre o valor do outro. Pessoas de temperamento forte não são complicadas; elas simplesmente se recusam a apagar quem são para serem aceitas.

Ter temperamento forte não significa ser agressivo ou insensível. Pelo contrário, é sinal de que a pessoa tem critérios, tem gosto, tem opinião e, acima de tudo, tem caráter. São indivíduos que sabem o que desejam, o que não toleram e o que defendem. Não mudam de postura apenas para agradar, nem sacrificam sua identidade para evitar conflitos. Isso incomoda porque expõe aqueles que vivem em busca de aprovação, mesmo que isso custe abrir mão de si mesmos.

Valorizar apenas quem nunca discorda gera relações frágeis, superficiais e baseadas em conveniência. Já conviver com pessoas de temperamento forte exige maturidade, diálogo e respeito, mas oferece vínculos mais autênticos. São elas que estabelecem limites claros, que não se escondem atrás da neutralidade e que permanecem inteiras mesmo diante da discordância. Talvez o problema nunca tenha sido o temperamento firme, mas sim a dificuldade de lidar com alguém que sabe quem é e não pede licença para existir.

Então, quando você se afasta de pessoas assim, é porque elas são realmente difíceis ou porque te obrigam a ser verdadeiro?

Marcelo Monteiro
SOB A SOMBRA DA BELEZA NO AMOR.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
O amor nasce já ferido.
Não como promessa, mas como necessidade.
Uma carência inscrita na própria estrutura do querer.
Ama-se não por plenitude, mas por falta.
A beleza surge como engano sublime.
Ela se oferece ao olhar como redenção,
quando na verdade é apenas o véu mais refinado da dor.
Toda forma bela carrega em si a sentença do perecimento,
e é justamente por isso que fascina.
O espírito, ao reconhecer o belo, não encontra repouso.
Antes, inquieta-se.
Pois compreende que aquilo que o atrai
jamais poderá ser possuído sem perda.
Amar é desejar o que inevitavelmente escapa.
A consciência, ao amadurecer, percebe
que o amor não promete felicidade,
apenas instantes de intensidade.
E intensidade é sempre sofrimento condensado.
Quanto mais profundo o vínculo,
mais aguda a percepção do fim.
A mística do amor revela-se então trágica.
O sujeito não ama o outro,
ama a imagem que nele desperta sua própria carência.
E quando essa imagem vacila,
a dor emerge não como surpresa,
mas como confirmação da natureza do querer.
Há uma tristeza inerente à beleza
porque ela nos obriga a desejar o que não se fixa.
Tudo o que é digno de amor
é, por essência, transitório.
E a consciência disso não liberta: aprofunda.
Assim, amar é consentir com o sofrimento lúcido.
É aceitar a vigília permanente do espírito
diante de um mundo que não promete consolo.
A grandeza não está na felicidade,
mas na coragem de contemplar o abismo
sem desviar o olhar.