Frase de Gustavo Santos

Frase adicionada por gustavo55 em 23/03/2020


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Eles seguem desesperados em cantos de oração
Como se apenas agora a terra precisasse de ajuda
Como se por séculos o mundo já não vivesse doente
Cegos de egoísmo, embriagados de soberba e orgulho
Porque depois de tanto eles pedem por clemência? 

De era em era, a cada tocar de sino ou soprar de bandeira
Nascem repetidas tragédias pelas ruas da morte
Bocas sem alimento, homens e mulheres sem residência
Pés descalços, mãos frias, vazias de esperança
Não de agora as calamidades batalham nações. 

Antes de nós milhões faleceram em guerras pandêmicas 
Cotidianamente a miséria entrega à terra os defuntos
Mas só agora, não ontem e nem antes de ontem
Só agora eles ordenam juntos a prece crua e vã
Eles seguem em janelas rezando e eu sigo escrevendo. (Gustavo Santos)
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