Frase de Remisson Aniceto

Frase adicionada por Remisson em 16/05/2018

Remisson Aniceto
CONFISSÃO

Preciso confessar: matei um homem!
Mas garanto que dei-lhe todas as chances de se defender. Esperei por anos a fio que ele mudasse de ideia,
mas o insólito sujeito queria que eu o matasse, pedia, implorava para que eu puxasse o gatilho.
Então, como abomino os covardes, como não suporto tais tipinhos de gente, matei-o sem o mínimo receio de ser apenado. E agora, na plenitude da minha satisfação, é impossível saber se me arrependi. Mas se houvesse, ainda assim eu o mataria outras mil vezes. Matei um homem, que na verdade nem era homem, era um não sei quê rastejante, qual um verme, indubitavelmente o menor de todos os vermes e eu odeio vermes na forma humana ou homens disfarçados de vermes. Não, ele não era homem, era um parasita, por isto não hesitei ao puxar o gatilho e dar cabo da sua mediocridade. No exato instante do tiro invadiu-me um indizível deleite, um inusitado entusiasmo, um prazer quente e viscoso, um bem-estar incomparável a qualquer outro, um júbilo que abriu-me num átimo as portas do Paraíso.
Confesso apenas por confessar, por mera formalidade,
como satisfação pelo dever cumprido, pois nunca me exultei tanto por ter matado um homem, ou melhor: um verme. Só confesso para provar como sou destemido, como sou corajoso, como não me detenho diante de um verme que mereceria morrer mil vezes.
Cem por cento recompensado pelo crime cometido, só não entendo como ainda estou conseguindo lhes falar.
Mas isso não importa, pois alcancei o meu Destino.
Eis porque dei-me um tiro na cabeça.


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CONFISSÃO 

Preciso confessar: matei um homem! 
Mas garanto que dei-lhe todas as chances de se defender. Esperei por anos a fio que ele mudasse de ideia, 
mas o insólito sujeito queria que eu o matasse, pedia, implorava para que eu puxasse o gatilho. 
Então, como abomino os covardes, como não suporto tais tipinhos de gente, matei-o sem o mínimo receio de ser apenado. E agora, na plenitude da minha satisfação, é impossível saber se me arrependi. Mas se houvesse, ainda assim eu o mataria outras mil vezes. Matei um homem, que na verdade nem era homem, era um não sei quê rastejante, qual um verme, indubitavelmente o menor de todos os vermes e eu odeio vermes na forma humana ou homens disfarçados de vermes. Não, ele não era homem, era um parasita, por isto não hesitei ao puxar o gatilho e dar cabo da sua mediocridade. No exato instante do tiro invadiu-me um indizível deleite, um inusitado entusiasmo, um prazer quente e viscoso, um bem-estar incomparável a qualquer outro, um júbilo que abriu-me num átimo as portas do Paraíso. 
Confesso apenas por confessar, por mera formalidade, 
como satisfação pelo dever cumprido, pois nunca me exultei tanto por ter matado um homem, ou melhor: um verme. Só confesso para provar como sou destemido, como sou corajoso, como não me detenho diante de um verme que mereceria morrer mil vezes. 
Cem por cento recompensado pelo crime cometido, só não entendo como ainda estou conseguindo lhes falar.
Mas isso não importa, pois alcancei o meu Destino. 
Eis porque dei-me um tiro na cabeça. (Remisson Aniceto)
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