Frase de Flavio Rabello

Frase adicionada por Rabello em 14/10/2018

Flavio Rabello
Tempo ao Tempo.
Como vai o menino?

Dos sete aos dez anos de idade tinha crises agudas de amigdalite. Em função disso, minha mãe levava-me, com frequência, ao doutor Pereira Cotta - um médico homeopata.

Subíamos uma imponente escada, trabalhada em madeira, que dava acesso ao não menos imponente "Consultório Bezera de Menezes", situado na Rua do Matoso.

Aguardávamos a chamada do médico, um senhor de idade avançada com cabelos brancos e sobrancelhas espessas. Óculos com lentes grossas e redondas contornava sua barba longa.
Sereno e místico guardava semelhança com o também médico Bezerra de Menezes, expoente da doutrina espírita, cujo desenho do rosto destacava-se no canto esquerdo da receitas do Cotta.

Iniciava a consulta sempre com a mesma indagação: como vai o menino?
Minha zelosa mãe respondia lendo suas anotações feitas no verso da receita anterior.

O consultório do médico transmitia o mesmo ar místico: mesa em madeira entalhada e brilho impecável. Atrás, uma estante guardava livros. Em meu olhar, guardava , também, o saber daquele médico.

No pavimento térreo havia uma farmácia homeopática. Estantes com frascos coloridos, identificados com rótulos em papel branco e bordas vermelhas, continham a matéria prima da medicação - as bolinhas-, manipuladas sob vigilância severa de uma balança de precisão.

Pois bem, o final é feliz: por ação da medicação, ou por qualquer outro motivo, a partir dos dez anos, cessaram as crises de amigdalite.

Somente me dei conta da importância daquelas consultas na maturidade. Além disso, muitas perguntas me fiz ao longo dos anos, e ainda as faço decorridos sessenta anos, principalmente quando passo na Rua do Matoso . O prédio ainda está lá, mas o doutor Cotta por onde andará?.


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“Tempo ao Tempo. 
Como vai o menino? 

Dos sete aos dez anos de idade tinha crises agudas de amigdalite. Em função disso, minha mãe levava-me, com frequência, ao doutor Pereira Cotta - um médico homeopata. 

Subíamos uma imponente escada, trabalhada em madeira, que dava acesso ao não menos imponente "Consultório Bezera de Menezes", situado na Rua do Matoso. 

Aguardávamos a chamada do médico, um senhor de idade avançada com cabelos brancos e sobrancelhas espessas. Óculos com lentes grossas e redondas contornava sua barba longa. 
Sereno e místico guardava semelhança com o também médico Bezerra de Menezes, expoente da doutrina espírita, cujo desenho do rosto destacava-se no canto esquerdo da receitas do Cotta. 

Iniciava a consulta sempre com a mesma indagação: como vai o menino? 
Minha zelosa mãe respondia lendo suas anotações feitas no verso da receita anterior. 

O consultório do médico transmitia o mesmo ar místico: mesa em madeira entalhada e brilho impecável. Atrás, uma estante guardava livros. Em meu olhar, guardava , também, o saber daquele médico. 

No pavimento térreo havia uma farmácia homeopática. Estantes com frascos coloridos, identificados com rótulos em papel branco e bordas vermelhas, continham a matéria prima da medicação - as bolinhas-, manipuladas sob vigilância severa de uma balança de precisão. 

Pois bem, o final é feliz: por ação da medicação, ou por qualquer outro motivo, a partir dos dez anos, cessaram as crises de amigdalite. 

Somente me dei conta da importância daquelas consultas na maturidade. Além disso, muitas perguntas me fiz ao longo dos anos, e ainda as faço decorridos sessenta anos, principalmente quando passo na Rua do Matoso . O prédio ainda está lá, mas o doutor Cotta por onde andará?” (Flavio Rabello)
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Flavio Rabello

Membro desde: 04/08/2018

Biografia: Sob o título "Tempo ao Tempo", por meio de crônicas e textos, busco levar reflexão aos leitores, com base em fatos corriqueiros da vida e em experiências vivenciadas por mim.

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