Frase de Valter Mustafé - Urbaneja

Frase adicionada por Newton-Jayme em 29/05/2016


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Mas que poeta sou eu
Que ao invés 
de cantar pra lua
Canto as coisas na rua
O que vejo, o que me dói 
A sina triste do irmão
Essa dor no coração
Que o meu peito corrói

Mas que poeta sou eu
Que ao invés 
de cantar a flor
Ou as doçuras do amor
Falo da triste cidade
Da frieza do concreto
Da criança a céu aberto
Sem pai nem mãe, sem idade

Vou ter que fechar os olhos
Imaginar maravilhas
Pro meu canto ser alegre
Natureza, mares e ilhas
E então só cantar belezas
O amor, a flor, o acalanto
Não ser mais triste 
esse canto
Nessa canção urbaneja

Queria cantar bonito
Falar de coisas assim:
Do cheiro agreste do campo
Dos rios que correm em mim
Mas quem se cala consente
E perde toda a certeza
Por isso o canto é denúncia
Nessa canção urbaneja

Mas que poeta sou eu... (Valter Mustafé - Urbaneja)
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