Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 24/10/2024


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Os ipês enflorescem, 
encantam de luz o nascer 
e o reclinar das auroras.
Se tudo é sequidão na serra, 
suas flores, um bálsamo 
no ocorrer das horas.
No chão, semeado amarelo, 
flóreo nevando a inspirar 
o poeta sonhador.
Ah! natureza que se faz esmarrida, 
onde andará o meu amor?!

Debaixo de teus galhos, 
o sol perde o estupor, a majestade.
A solidão deixa de ser incômoda, 
a morte recebe indenidade...
Em suas ramagens, 
ouço gemidos de pássaros, 
uma bramida sinfonia
É setembro, prenúncio da primavera, 
namorados em sublime euforia!

Óh! Alegria! 
Daqui a pouco tudo se esvai, 
o colorido, a festa, o som...
O que era bem vivo irá fenecer, 
em seus galhos desnudos, 
só o negror da noite...  
Intrépido cenário, saudade, 
a passarada nos ninhos 
em recolhida sonância!

O tempo se fará silente, 
preparará crias, sementes... 
bem logo um novo frisson.
O amor é assim: 
do barulho ao silêncio, 
da flor ao fruto, 
nunca teme nenhum açoite.
Comunga austeridade, 
passa por túmulos, 
mas ressurge vivo, 
pleno de eterna existência! (Newton Jayme)
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