Frase de Gabriel De Arruda
 | “ 1. O Pragmoteu é alguém que vive entre a dúvida e a fé, sem se prender a certezas absolutas, mas sem abrir mão da espiritualidade. Ele sabe que Deus é uma hipótese impossível de provar e impossível de descartar. A dúvida não é inimiga da fé, mas seu crivo mais honesto — um reconhecimento sincero da complexidade do mistério que habita. Para o Pragmoteu, a religião vale não só por sua verdade metafísica, mas principalmente por sua eficácia simbólica, ética e existencial na vida concreta. Agir na direção do sagrado — não como hipótese a ser confirmada, mas como horizonte que chama — é um princípio prático que não reduz o sagrado a mera ferramenta utilitária. No plano natural, ele age moralmente, buscando sentido e valor; no plano sobrenatural, entrega-se ao mistério, acolhendo-o sem pretender compreendê-lo completamente. Essa postura evita a instrumentalização do sagrado, pois este não é uma ferramenta a ser usada, mas uma graça a ser recebida — um dom que transforma quem o acolhe, sem controle ou manipulação. O sagrado é um acontecimento que molda a existência, um tremor reverente que escapa a qualquer explicação racional ou superstição. Como Wittgenstein sugeriu, o sagrado é um jogo de linguagem distinto, uma prática que não se prova, mas se vive. O Pragmoteu habita essa dimensão por meio da experiência estética da liturgia, do silêncio ativo da adoração e da reverência que preserva o mistério e evita reduzi-lo a superstição.” |
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 | “ X. Ontologia Pragmoteísta – O Ser como Mistério em Relação 1. O ser não é objeto, mas mistério compartilhado O Pragmoteísmo rejeita a visão do real como simples dado objetivo. O ser é mistério, não no sentido do obscuro ou irracional, mas do que ultrapassa a posse e o controle. O ser não se esgota na análise, mas se revela por relação e presença. 2. Deus como fundamento do ser e não como ente entre entes Inspirado por Tomás de Aquino, o Pragmoteísmo afirma que Deus não é um ente entre outros, mas o ipsum esse subsistens, o Ser mesmo em sua plenitude. Isso preserva sua transcendência sem excluir a analogia: Deus é acessível na medida em que o mundo porta sinais e reflexos de sua fonte. 3. O ser humano como ser-em-abertura O humano, na ontologia pragmoteísta, é um ser-em-abertura: voltado ao outro, ao cosmos, ao mistério. Ele é um ser-de-fé — sua própria estrutura existencial aponta para além de si. Existe nele uma inquietação original, uma centelha de busca, uma disposição a ser tocado pelo sentido. 4. Ontologia como ética implícita Conceber o ser como dom recebido, e não como posse, exige uma resposta ética: cuidado, reverência, compaixão. O comportamento do Pragmoteu no mundo expressa sua ontologia: relação, escuta e resposta. Sua vida é um gesto contínuo de abertura ao mistério que o chama.” |

Gabriel De Arruda