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Frases e Pensamentos de João Morgado (214 frases)

“Todos temos um diário íntimo, de tal maneira íntimo, que nem ousamos escrever nele. Um diário que guardamos no subconsciente e onde se inscrevem os nossos mais recônditos desejos. Por vezes, nem nós sabemos o que lá está registado.”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“Uma pintora nunca fará um cego feliz com as suas telas, por mais firmes que sejam os seus traços, o brilho das suas cores, a excelência das suas obras, a vontade mais profunda de lhe agradar...”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“A tentação de eternizar é infernizar.”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“O corpo da mulher, cronometrado no relógio junto à cama, encerra em si o encanto de ter um princípio e um fim, como o brilho do arco-íris.”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“Digo amo-te porque não sei dizer o que sinto, sussurrava-me. Porque amo-te é o mais bonito que sei dizer, mesmo que sinta que este é um amor diferente. Os amigos também dizem amo-te...”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“Muito cuida quem precisa de cuidados, pensei. E assim permanecemos até hoje. Fortes na nossa fragilidade. Cuidando-nos.”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“...dançava com a língua pela sua pele, deixando sulcos de saliva como rascunhos de beijos - preliminares de um amor maior que havia de seguir-se.”
[In: Diário dos Infiéis]

― João Morgado

“Sem emoções somos heróis de banda desenhada; apesar de protagonistas num mundo de aventuras, permanecemos um traço de tinta em papel espalmado, com a vida debuxada em quadradinhos. Só as emoções fazem de nós heróis de carne e osso, em todas as suas dimensões”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Quando uma pessoa é feliz o cinzento nem é cinzento, é prateado, porque há sempre um brilho no olhar”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Verdadeiramente, o que pode Deus contra as mamas de uma actriz de cinema? Nada. Vence sempre a masturbação - o mais antigo vício do mundo. A masturbação é como a confissão, é um acto de profunda intimidade, em que estamos entregues a nós próprios, em que temos de vomitar o que nos implode por dentro.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Saudade? (…) É a presença em nós de alguém que está longe, a sombra que a nossa luz quer apagar.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Toda a mulher precisa de saber que abre vazios na sua ausência, porque isso significa que preenche espaços quando está!”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Cheirava a sol na janela, como cheirava a sombra fresca no corredor. Cheirava á mobília de madeira, à lenha na lareira apagada, à pele dos sofás, aos sapatos sujos debaixo da mesa e á roupa tombada pelo chão. Cheirava a réstias de incenso, a maças maduras no cesto da cozinha. Cheirava a memórias…”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Saudade é um choro de quem tem por quem chorar, a companhia interior de quem se sente só, por fora.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“«O teu coração foi feito do meu, bate o teu, bate o meu, bate o teu, bate o meu…», disse ela na mais pura das frases. A filha quase ouviu o bater dos corações nas suas palavras, «bate o teu, bate o meu…», os dois ao mesmo tempo, «bate o teu, bate o meu, bate o teu, bate o meu…»”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“O amor, como a vida, precisa de um corpo onde se viva e onde se ame, como um templo.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“O cheiro da pele muda com o respirar de um beijo, como o odor matinal das flores muda com o orvalho.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“«O casamento transformara-se numa conversa de surdos com dois dedos em riste a sangrar os olhos; tornara-se uma conversa de surdos e de cegos. Amar por vezes não chega para duas pessoas que se amam, para duas linhas rectas, paralelas, distantes, rumo ao infinito.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Hoje, quero apenas despir-te um beijo.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“O desejo é uma religião - não de crentes, mas de animais. Não te convertes, nasces assim, é o instinto básico da tracção dos corpos que nos permite a procriação e a sobrevivência – as pessoas que não têm desejo são infiéis à sua própria espécie. Têm por isso de ser baptizadas no santo sacramento do prazer, que lhes arranca o pecado original do pudor, e lhes dá a liberdade do seu corpo. Só num corpo livre a alma é livre. E a liberdade da alma é a essência da religião.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“A dor sofrida é eterna, sempiterna, e o revisitar da dor é um sofrimento sem-fim, eterno, sempiterno.”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Há mulheres desenhadas pelo diabo e abençoadas por Deus!”
[In: Diário dos Imperfeitos]

― João Morgado

“Não estavas quando cheguei a casa.
Nem eu estava quando chegaste junto a mim.
Não estávamos em casa quando jantámos juntos.

Quando me falaste não estava.
Nem estavas quando eu te respondi.”
[Para Ti (2014)]

― João Morgado

“Tenho o mar dentro de um barco.
É meu, só meu, a ninguém o dou.

Só não sei por onde viajar com ele
neste deserto em que o barco encalhou!”
[Para Ti (2014)]

― João Morgado

“...não se esconde o sol ou a lua,
nem o fulgor de um sorriso rasgado.

Não se esconde a nossa alma nua
nem o corpo de amante cansado.

O crepitar afogueado de um coração
e o rubor de sentir por um momento,
que cheira o meu corpo por fora...
o que o teu corpo cheira por dentro!”
[Para Ti (2014)]

― João Morgado

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Sobre o Autor:

João Morgado

João Morgado

Nascimento: 1965 (59 anos)

Ocupação: Escritor

Biografia: João Morgado é um escritor português. Poeta e romancista, é formado em Comunicação pela Universidade da Beira Interior e tem um mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente/Universidade de Madrid. Trabalhou como jornalista e, para além da imprensa regional, escreveu no diário “Público” e semanário “Sol”. É atualmente consultor de comunicação nos meios empresariais e políticos. Na literatura, afirmou-se com dois romances: «Diário dos Infiéis», 2010, e «Diário dos Imperfeitos», 2012. Estas duas obras foram posteriormente adaptadas ao teatro pela ASTA – Associação de Teatro e outras Artes.

Escritores de Portugal

Nascidos em 1965

Frase do Dia

“Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros. Tem gente que não sabe amar...”

— Renato Russo

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