Frase de Olavo de Carvalho

Frase adicionada por suenaga em 28/02/2016

Olavo de Carvalho
Naquilo que o Xavier Zubiri publicou em vida, ele publicou um livro que foi Naturaleza, Historia, Dios. Nesse livro você ainda vê a marca assim vagamente heideggariana. Mas acontece que depois teve o negócio do regime franquista, o regime franquista não gostava daquele pessoal da Universidade de Madrid, mandou todo mundo pra casa, uns foram para o exílio, o próprio Ortega y Gasset, e o Zubiri preferiu ficar na Espanha lecionando para grupos privados dentro da casa dele. Nada mais publicou até morrer. Depois que morreu é que começaram a publicar os cursos dele. E nesse ínterim em que ele ficou isolado da universidade, ele teve uma evolução pessoal absolutamente fantástica chegando a uma coisa totalmente original, onde ele desenvolve uma coisa que podemos chamar de “hiper-realismo”, que na teoria do conhecimento é a tese fundamental do Zubiri. É que aquilo que chamamos de realidade, é o correspondente da forma de percepção humana, isto é, só para o ser humano existe realmente a realidade objetiva, para os animais não, e que toda essa dimensão de realidade é um aspecto que de fato só se revela ao ser humano, tá certo, que não é o realismo subjetivo mas exatamente o contrário. Essa dimensão de realidade já existe para o ser humano mesmo na percepção sensível. Partindo então dessa base epistemológica, o Zubiri vai de certo modo levar o realismo filosófico às últimas consequências. Isso é tão diferente de Heidegger que não tem nem como fazer uma comparação, mas o primeiro livro dele que é curiosamente o livro mais conhecido, que é Naturaleza, Historia, Dios, ainda existe uma marca de Heidegger, mas esqueça isso porque a forma final do Zubiri não tem nada a ver com isso.
(True Outspeak, 14-05-2007)

Olavo de Carvalho

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Naquilo que o Xavier Zubiri publicou em vida, ele publicou um livro que foi Naturaleza, Historia, Dios. Nesse livro você ainda vê a marca assim vagamente heideggariana. Mas acontece que depois teve o negócio do regime franquista, o regime franquista não gostava daquele pessoal da Universidade de Madrid, mandou todo mundo pra casa, uns foram para o exílio, o próprio Ortega y Gasset, e o Zubiri preferiu ficar na Espanha lecionando para grupos privados dentro da casa dele. Nada mais publicou até morrer. Depois que morreu é que começaram a publicar os cursos dele. E nesse ínterim em que ele ficou isolado da universidade, ele teve uma evolução pessoal absolutamente fantástica chegando a uma coisa totalmente original, onde ele desenvolve uma coisa que podemos chamar de “hiper-realismo”, que na teoria do conhecimento é a tese fundamental do Zubiri. É que aquilo que chamamos de realidade, é o correspondente da forma de percepção humana, isto é, só para o ser humano existe realmente a realidade objetiva, para os animais não, e que toda essa dimensão de realidade é um aspecto que de fato só se revela ao ser humano, tá certo, que não é o realismo subjetivo mas exatamente o contrário. Essa dimensão de realidade já existe para o ser humano mesmo na percepção sensível. Partindo então dessa base epistemológica, o Zubiri vai de certo modo levar o realismo filosófico às últimas consequências. Isso é tão diferente de Heidegger que não tem nem como fazer uma comparação, mas o primeiro livro dele que é curiosamente o livro mais conhecido, que é Naturaleza, Historia, Dios, ainda existe uma marca de Heidegger, mas esqueça isso porque a forma final do Zubiri não tem nada a ver com isso. 
(True Outspeak, 14-05-2007) (Olavo de Carvalho)
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