Coleção de Frases e Pensamentos de Rodrigo Gouveia


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10 frases


Diogo Mainardi
(...) [2010]
NÓS MATAMOS TODOS OS ÍNDIOS. Os “coelhinhos” gostaram de saber que matamos todos os nossos índios. Entendo o sentimento deles. No sábado anterior, eu levara meu filho menor ao Palazzo Ducale. Depois de ver algumas das mais importantes obras realizadas pelo homem, ele só se impressionou com o detalhe do quadro A Batalha de Lepanto, de Andrea Vicentino, em que um marujo é retratado com uma flecha enterrada no meio do cocuruto. O único feito memorável de um povo, para um “coelhinho”, é conseguir exterminar outro povo.

O Carnaval explicado para “coelhinhos”. Eu poderia escrever um livro intitulado “O Brasil explicado para coelhinhos”. Eu poderia escrever outro livro intitulado “A Batalha de Lepanto explicada para coelhinhos”. Eu poderia escrever outro livro intitulado “O Dow Jones explicado para coelhinhos”. Eu poderia encerrar a série com um livro intitulado “O Carnaval explicado para coelhinhos”. O brasileiro é porco. Foi o que disse meu filho, sentado em meu joelho, quando lhe perguntei o que ele lembrava do Carnaval do Rio de Janeiro. Ele só se lembrava das latinhas jogadas na rua. Ele só se lembrava do cheiro de urina. Ele só se lembrava que o brasileiro era porco. Respondi que o Carnaval de Veneza era igual.

Atirei o pau no gato-to. Uma das professoras me pediu que cantasse uma música brasileira. Meu filho escolheu Atirei o pau no gato. Na escola Ex-Ciliota, ensinaram-lhe outra música, cuja letra é a seguinte: “Na ilha de Creta-ta, vive Minos-nos. Socorro! Socorro! O Minotauro-ro! O Minotauro-ro!”. Compare “gato-to” a “Creta-ta”. Compare “Dona Chica-ca” a “Minos-nos”. Compare “morreu-reu” a “Minotauro-ro”. A mitologia grega é enterrada como uma flecha no meio do cocuruto de meu filho. Qual é a vantagem disso? Minos é mais próximo de mim. Dona Chica é mais distante e remota. Quero meu filho mais próximo de mim.
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Diogo Mainardi
Diogo Mainardi no artigo Os cães de gravata
ANO 2007
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Até a década de 1960, um episódio de Tom e Jerry ou de Pernalonga era feito com algo entre 25.000 e 40.000 desenhos. Joseph Barbera e seu sócio bolaram um jeito de produzir suas séries com menos de 2.000, abatendo seus custos. A técnica recebeu o nome de ‘animação limitada’. Os personagens permaneciam estáticos. A única parte de seu corpo que se movia era a cabeça, que pulava compulsivamente da direita para a esquerda, ora com a boca fechada, ora com a boca aberta. Para facilitar o corte, todas as figuras tinham o pescoço encoberto por um colarinho ou por uma gravata. Nos desenhos da Hanna-Barbera, sempre há um cachorro de gravata, um super-herói de gravata, um dinossauro de gravata.

As paisagens sofreram o mesmo tratamento reducionista. Os personagens dos desenhos de Hanna-Barbera habitam um mundo claustrofobicamente circular. De dois em dois segundos eles passam pela mesma pedra, pelo mesmo veículo espacial, pelo mesmo homenzinho careca e bigodudo de terno azul. A angústia de pertencer a um universo que se repete continuamente só é superada pelo fato de que ninguém se dá conta disso. Maguila, Simbad Júnior e os Brasinhas do Espaço parecem desprovidos de memória. As tramas também se repetem de uma série para a outra. Muda apenas o mote de cada personagem, a sua frase característica, como ‘Saída pela esquerda’, ‘Shazam!’ ou ‘Oh, querida Clementina’, recitada por um mau dublador.
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Diogo Mainardi no artigo Os cães de gravata
Diogo Mainardi
07/05/2005 - Veículo: Revista Veja / Veiculação: Impresso
O jornalista americano Hunter S. Thompson se matou duas semanas atrás. Deu um tiro na cabeça. Ele era colecionador de armas. Em seu último artigo, ditou as regras para um novo esporte, inventado por ele, que consistia em abater bolinhas de golfe com uma espingarda. Suicidar-se é um dos direitos primordiais do homem. Todo mundo deveria ter uma arma em casa, para esse fim. Outro direito é defender-se quando atacado. Perguntaram a Hunter S. Thompson por que ele era contra a política de desarmamento civil. Ele respondeu sensatamente que "quando só os malucos estão armados, não sobra ninguém para vigiar os malucos".

Menina de Ouro e Mar Adentro, ganhadores do Oscar de melhor filme e de melhor filme estrangeiro do ano, defendem o direito ao suicídio assistido. O diretor de Menina de Ouro, Clint Eastwood, já defendeu também o direito à posse de armas, com a célebre tirada do inspetor Callaghan: "Tenho uma opinião muito clara sobre o controle de armas. Se há uma arma por perto, eu quero estar controlando". Clint Eastwood entende do assunto. Seus melhores filmes são aqueles em que ele mata mais gente, usando poncho e sendo dublado em italiano. Os piores são aqueles em que ele não mata ninguém, protagonizados por Sondra Locke, sua mulher na época, e pelo orangotango Clyde. Imagine o que seria a história do cinema sem armas. Um monte de filmes com o orangotango Clyde. Pior: um monte de filmes com Sondra Locke.

No segundo semestre, será realizado o plebiscito sobre o desarmamento. A idéia é banir o comércio de armas de fogo do território nacional. O governo é a favor. Vote contra.
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Diogo Mainardi
Diogo Mainardi
3/5/2007 - VEJA ONLINE - PODCAST
Eros Grau, do STF, acaba de lançar o livro Triângulo no Ponto, com poemas eróticos (...) Criou-se uma certa atmosfera de escândalo em torno do livro. Na verdade escandaloso não é o livro, é a entrevista (...)

Na entrevista para 'O Globo', Eros Graus diz:
''O que o direito manda não coincide necessariamente com o que eu acho. O direito que está aí é mais comprometido com a preservação da ordem burguesa''.

Ricardo Noblat pergunta: ''A utopia se perdeu?''

E Eros Grau responde: ''Para mim não. Tento preservá-la nos votos que dou. O poder judiciário é uma arena onde se joga a luta de classes. Sempre faço algumas coisas mostrando a minha preocupação com o social. Nossa ordem jurídica é comprometida com as relações mercantis. Sobretudo com as de intercâmbio''.

Isso significa que Eros Grau está no STF para atacar a ordem burguesa, para preservar a utopia, para tomar partido na luta de classes, para favorecer as camadas mais pobres da população e para interferir nas relações mercantis. Quanto a aplicações das leis. Ele afirma que as aplica. Sim. Mas um tantinho a contragosto, porque ele não corresponde ao seu ideal de justiça.

Noblat pergunta até quando Eros Grau foi comunista. Ele responde com uma ponta de orgulho:
''Quem foi comunista nunca deixa de ser''.

Quando eu ouço em falar em justiça comunista. Penso imediatamente em 'tribunais de exceção', em 'troikas', em 'artigo 58', 'em expurgos', 'em inimigos do povo', 'em gulags', 'em execuções sumárias. Se Eros Grau fosse nazista ele jamais admitiria isso em público, mas o Nazismo卍 não foi pior do que o Comunismo☭ . Não me importa que o ministro do STF escreva sobre poesias sobre sexo anal ou sobre sonoras flatulências vaginais. Eu pediria mais recato e mais pudor. Apenas quando ele trata de justiça.

Diogo Mainardi
O Tratado de Versalhes (1919)
Foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial, sendo que a Alemanha o classificou como diktat (imposição). Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919.[1] O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha, o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo.

No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.

O Tratado de Versalhes (1919)
A Invasão da Polônia (1939)
Em polaco, Wojna obronna 1939 roku: "Guerra defensiva de 1939" ou Kampania wrześniowa "Campanha de setembro"; em alemão, Polenfeldzug, "Campanha da Polônia", ou Fall Weiß, "Caso Branco"; em russo, Вторжение в Польшу, transl. Vtorženie v Pol'šu) foi o ataque à Polônia, empreendido pela Alemanha, União Soviética. A Eslováquia também participou da campanha desde o primeiro dia, ocupando novamente as áreas contestadas ocupadas pela Polônia após o Acordo de Munique em 1938. O episódio marca o início da Segunda Guerra Mundial na Europa.

O ataque foi realizado em duas frentes: pela Alemanha, a partir da madrugada de 1° de setembro de 1939 (uma semana depois da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop), e pela União Soviética, a partir de 17 de setembro (dia seguinte à assinatura do acordo Molotov-Tōgō, que deu por encerrado o incidente de Nomonhan).

O objetivo da invasão era repartir o território polaco no final da operação. De fato a campanha terminou, em 6 de outubro de 1939, com a divisão e anexação da Polônia pela Alemanha e pela União Soviética. O apoio de empresas dos Estados Unidos no fornecimento de produtos petroquímicos a IG Farben, a partir de portos hispânicos também foi importante, segundo Albert Speer, viabilizando a própria blitzkrieg durante a maior parte da guerra que foi declarada como "humanitária" por Hitler.

Em 3 de setembro, em resposta às hostilidades, a França e o Reino Unido, seguidos pelo Commonwealth, entre outros, declararam guerra à Alemanha. Começava a Segunda Guerra Mundial.

A Invasão da Polônia (1939)
Visão religiosa de Adolf Hitler
Hitler nasceu de uma mãe que era católica praticante e um pai anti-clérigo; após deixar sua casa, Hitler praticamente nunca mais frequentou missas ou recebeu sacramentos. Albert Speer afirmou que Hitler fez pronunciamentos duros contra a Igreja para seus associados políticos e apesar de não ter abandonado a fé, nunca ligou muito para ela. Hitler dizia que se os fiéis abandonassem a igreja eles iriam se virar ao misticismo, o que ele considerava um retrocesso. De acordo com Speer, o Führer acreditava que a religião japonesa ou o islamismo seriam religiões melhores para os alemães do que o cristianismo, com sua "mansidão e flacidez".

O historiador John S. Conway afirmou que Hitler se opunha fundamentalmente as igrejas cristãs. De acordo com Alan Bullock, Hitler não acreditava em Deus, era anti-clérigo e não acreditava muito na 'ética cristã' por que ela ia de encontro a sua crença de "sobrevivência do mais apto". Ele, contudo, favorecia alguns pontos de vista do protestantismo e adotou elementos da hierarquia organizacional da Igreja Católica, a liturgia e fraseologia nas suas políticas.

Hitler com suas tropas. Atrás dele estão alguns oficiais de alta patente da Wehrmacht.
Hitler via a igreja como uma importante influência política conservadora na sociedade, e adotou uma estratégia para lidar com eles que "se encaixava com seus propósitos políticos imediatos". Em público, Hitler exaltava a herança cristã alemã e sua cultura, professando sua crença no "Jesus Ariano", que havia lutado contra os judeus. Muitas de suas retóricas pró-cristãs não eram as mesmas que ele fazia em privado, descrevendo o cristianismo como o "absurdo" e fundado em mentiras.

Visão religiosa de Adolf Hitler