Frase de Diogo Barbosa Silva

Frase adicionada por diogo_bs1 em 27/03/2014

Diogo Barbosa Silva
A memória quanto mais algo é perceptível, mais facilmente se retém, e, ao contrário, quanto menos, mais facilmente o esquecemos. Por exemplo, se eu transmitir a alguém uma porção de palavras soltas, muito mais dificilmente as reterá do que se apresentar as mesmas palavras em forma de narração. Ajudada também sem auxílio do intelecto, a saber, pela força mediante a qual a imaginação ou o sentido a que chamam comum é afetado por alguma coisa singular corpórea. Digo singular, pois a imaginação só é afetada por coisas singulares. Com efeito, se alguém ver, por exemplo, só uma novela de amor, retê-la-á muito bem enquanto não ver muitas outras desse gênero, porque então vigora sozinha na imaginação; mas, se são mais do gênero, imaginam-se todas juntas e facilmente são confundidas. Digo também corpórea, pois a imaginação só é afetada por corpos. Como, portanto, a memória é fortalecida pelo intelecto e também sem ele, conclui-se que é algo diverso do intelecto e que não há nenhuma memória nem esquecimento a respeito do intelecto visto em si. O que será, pois, a memória? Nada mais do que a sensação das impressões do cérebro junto com o pensamento de uma determinada duração da sensação; o que também a reminiscência mostra. Realmente, nesta a alma pensa nessa sensação, mas não sob uma contínua duração; e assim a idéia desta sensação não é a própria duração da sensação, quer dizer, a própria memória. Se, porém, as próprias idéias sofrem alguma corrupção, veremos na filosofia. E se isso parece a alguém muito absurdo, bastará para o nosso propósito que pense ser tanto mais facilmente retida uma coisa quanto mais for singular, como se vê do exemplo da novela que acabei de dar. Além disso, quanto mais uma coisa é perceptível, mais facilmente é retida. Logo, não podemos deixar de reter uma coisa extremamente singular e somente perceptível.

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A memória quanto mais algo é perceptível, mais facilmente se retém, e, ao contrário, quanto menos, mais facilmente o esquecemos. Por exemplo, se eu transmitir a alguém uma porção de palavras soltas, muito mais dificilmente as reterá do que se apresentar as mesmas palavras em forma de narração. Ajudada também sem auxílio do intelecto, a saber, pela força mediante a qual a imaginação ou o sentido a que chamam comum é afetado por alguma coisa singular corpórea. Digo singular, pois a imaginação só é afetada por coisas singulares. Com efeito, se alguém ver, por exemplo, só uma novela de amor, retê-la-á muito bem enquanto não ver muitas outras desse gênero, porque então vigora sozinha na imaginação; mas, se são mais do gênero, imaginam-se todas juntas e facilmente são confundidas. Digo também corpórea, pois a imaginação só é afetada por corpos. Como, portanto, a memória é fortalecida pelo intelecto e também sem ele, conclui-se que é algo diverso do intelecto e que não há nenhuma memória nem esquecimento a respeito do intelecto visto em si. O que será, pois, a memória? Nada mais do que a sensação das impressões do cérebro junto com o pensamento de uma determinada duração da sensação; o que também a reminiscência mostra. Realmente, nesta a alma pensa nessa sensação, mas não sob uma contínua duração; e assim a idéia desta sensação não é a própria duração da sensação, quer dizer, a própria memória. Se, porém, as próprias idéias sofrem alguma corrupção, veremos na filosofia. E se isso parece a alguém muito absurdo, bastará para o nosso propósito que pense ser tanto mais facilmente retida uma coisa quanto mais for singular, como se vê do exemplo da novela que acabei de dar. Além disso, quanto mais uma coisa é perceptível, mais facilmente é retida. Logo, não podemos deixar de reter uma coisa extremamente singular e somente perceptível. (Diogo Barbosa Silva)
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