Frase de Carlos De Castro
 | “ QUIÇÁ TALVEZ PORVENTURA EU FORA DAS REDUNDÂNCIAS PLEONÁSTICAS OU O MESMO DO IGUAL SEMPRE Será que vim das profundezas Das rochas eruptivas magmáticas Nos subsolos de seres estranhos Encobertos em caras de putos Com máscaras carnavalescas Em poesias de rachas quentes, porém Sem rima, mas sempre frescas. Rimou uma, acaso meu, sem certeza Se nasci em Marte ou nas Áticas Das civilizações helénicas dos espertos. Nasceria eu na Ásia dos Sete Mares Das mil e uma noites dos pensares Quando Sinbad, o marujo, por ali ferreava!?... Tudo mentira, porque eu nasci aqui, Na Chamusca de Argoncilhe, no Bairro Pobre da Ilha das Canárias, Da Feira de Santa Maria. Minha parteira da miséria, particular, Tinha por graça ser Elisa Santa Ouvida - -Deus a resguarde e não lhe apague a Luz. Disse-me sempre ela, em bondade: Que veio uma cegonha que poisou na Serzelha Na fonte velhinha, para beber água pura, cristalina; Subiu às Canárias e me deixou já embrulhado E tudo, ao lado de minha mãe no leito pobre. Acreditei no milagre até alguma idade da inocência. Hoje, não acredito em nada. A parteira morreu. A cegonha dizem que nunca mais se viu. A Fonte da Serzelha já não dá água pura. E eu, finalmente, consegui casar com um poema Que não rima, Lá dizia a minha prima (quando lhe arrimava...) (Carlos De Castro, in Há um Livro Triste por Escrever, em 14-01-2025)” ― Carlos De Castro |
Imagem da Frase:

Frases Populares de outros autores

Carlos De Castro