Frase de Carlos De Castro
 | “ OLHOS MORTOS Quando te beijei naquela manhã, Trazias nos olhos um regato de água, Seco. Estéril. Forjado. Senti em ti rios de desprezo Subtis, Hostis, A correr sem destino, Mal cheirosos, Pelas margens do teu rosto, Dos teus olhos covardes, mortos, Por não olharem os meus. Na sede que eu tinha da tua água, Nem reparei que a tua estudada mágoa Se misturava com o PH da tua acidez, Sempre que queres magoar quem te fez. Minha querida estátua que já és Para mim tão absorta e estarrecida, Nas tuas gélidas palavras sem sortida, Um ser que não conheço nem de frente Nem já de revés, Eu que fui o obreiro da tua própria vida. Um pai, já dizem não valer de nada Agora neste mundo podre, sem guarida, Houvera tempo de vida atrás voltada Que nunca eu te geraria, nem cerzida. (Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 31-07-2023)” ― Carlos De Castro |
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