Frase de Carlos De Castro
 | “ DESCOBRIR A VIDA NA MORTE Eu já faleci, há uns anitos... Fizeram-me todas as encomendações E recomendações conforme a fé familiar... Segui, por fases, todos os trâmites legais E funcionais, entre os quais: Como era grande pecador, Passei primeiro pelo crivo Doloroso da peneira das penas do Inferno, Que me chamuscava os sovacos da primavera ao inverno. Passaram-me depois a outra repartição: Esta, bem mais animadora, Graças minhas a Nossa Senhora! Eram os tempos do Purgatório, Onde me fizeram purgar tudo e o acessório. Mas, senhores, puseram-me tão magrinho! Chegada a hora de melhor sorte, Fizeram-me chegar de elevador ao piso seguinte, Numa manhã luminosa e serena, Ao Céu, aos Pés de Nosso Senhor da Boa Morte! Olhou contristado para mim e falou: Que purga! Que magrinho e tão tristinho! Aí, eu fiz uma cara de anjinho e Ele continuou: Rapaz! Vais ter direito a banho de sais e mais... Vão dar-te calção de praia, óculos de sol e t-shirt. Depois, vais mas é divertir-te!... Respondi, com decisão: Não, Meu Senhor! Se estou no Céu, quero primeiro ver a minha mãe, meu pai, irmãzinha e tantos mais! Não é que Nosso Senhor, começou a arrotar E a deitar pelos olhos luzes fatais!?... Sentei-me no chão e comecei a chorar, a chorar...cada vez mais! Senti uma mão no ombro, tão leve e serena, como uma pena... Era o Nosso Senhor a dizer: Vamos lá, rapaz, vamos à nossa vigília. Não demora muito e verás a tua família. E eu sosseguei!...” ― Carlos De Castro |
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