Frase de Carlos De Castro
 | “ O CRISTO E EU MAIS OUTRO Só há tempos confirmei Em êxtase, no cimo de um outeiro, Que o Cristo nasceu na mesma terra Que eu, quanto sei, Se a memória não me erra. Numa rude manjedoura, Lá no cimo do "monte do bicho", Que em pequeno e por capricho, Lhe construi no presépio de madeira, Com mãos de artista de primeira, Em recordação duradoura. Já homens, eu e ele, ainda sem o outro, Sentados à sombra dos pinheirais, Imaginávamos o mundo dos mortais Sem penas, nem dores e só amores reais... ... Depois, vieram algozes e levaram-nos Sem julgamento, ao suplício final. Chicotearam-nos, Ridicularizaram-nos, E cruxificaram-nos no alto do " monte do bicho" Também por capricho. Na pressa de completar o quadro: Foram então buscar o "Gestas", o mau ladrão. Deram-me o nome de "Dimas" o ladrão bom. E ao Cristo, não deram nome, não. Ele não precisava de graça, pois já nasceu Cristo E posto isto, Ele ficou na cruz ao meio. Eu, Dimas, um dos ladrões, fiquei-lhe à direita E o Gestas, o bebedolas da aldeia, mais a torto. Porque ele gostava de morrer, Dizia E insistia: Para ficar vivo, depois de morto! (Carlos De Castro in Há Um Livro Por Escrever, em 15-03-2023” ― Carlos De Castro |
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