Frase de Carlos De Castro
 | “ TARDES DA NOITE DA MANHÃ A tarde, caía Quase semifria, Com cor morna À maneira da minha sorna, E sempre que ela vinha assim, Eu ficava sem forma Ou jeito Sem preceito, Nem respondia por mim. Previ coisa ruim, Porque em meu peito, Em frenesim, Coisa molesta subia E sentia então que crescia Uma tristeza tíbia Como se fosse coisa anfíbia Que vive lá E cá mora por despeito. E quando as lágrimas Ázimas A brotar Destes olhos quase a fechar, Enchiam o globo a rebentar Como prenhe mulher Pela última vez a dar Ao mundo, sem prazer, O último filho por fazer, Eu acordei E olhei O relógio Quase meu necrológio E vi as primeiras horas da manhã, E no já, Imaginei que a tarde Já era então na manhã da noite Sem ser preciso O hoje ou o amanhã. (Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-02-2023)” ― Carlos De Castro |
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