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Frase de Carlos De Castro

Frase adicionada por carlosvieiracastro em 08/07/2022

“O VERDADEIRO MISTÉRIO DOS
BORBORRIGMOS, ARROTOS E VENTOSIDADES EXPELIDOS PELOS CANAIS DOS ANAIS
Trituram, devoram tudo como canibais
Sempre famintos à espera de mais
Na sofreguidão desmedida
Das panças já de trampa cheia
Em arrotos e ventos
Bafientos
De má índole de vida
Feia.
Engolem gato por lebre
No devorador apetite de febre
Que lhes rói as sujas entranhas
No cenáculo das mesinhas de cores
De tão horríveis sabores
E falsidades tamanhas.
Misturam tudo com molhos
De arrepiar entrefolhos
Adjacentes e em espasmos
De cebolas e alhos ardentes
Como eles e elas em loucos orgasmos.
E numa mão cheia de dias contados,
Cinco, de comer à tripa forra
Finalmente desmascarados
Quando pela boca e reto vomitados
Em sintonia de malcheiroso afeto
Dão a cheirar ao mundo
Aquele imundo
Pivete de vinho com borra.
Agora sim, descoberto foi o mistério
De quem muito caga, muito come...
Embora, falando mesmo a sério
E isto não me sai da ideia:
Nada há como matar a fome
Quando se tem já a pança cheia!

(Carlos De Castro, in Poesia em Terra Livre, 08-07-2022)”

― Carlos De Castro

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O VERDADEIRO MISTÉRIO DOS
BORBORRIGMOS, ARROTOS E VENTOSIDADES EXPELIDOS PELOS CANAIS DOS ANAIS
Trituram, devoram tudo como canibais
Sempre famintos à espera de mais
Na sofreguidão desmedida
Das panças já de trampa cheia
Em arrotos e ventos
Bafientos
De má índole de vida
Feia.
Engolem gato por lebre
No devorador apetite de febre
Que lhes rói as sujas entranhas
No cenáculo das mesinhas de cores
De tão horríveis sabores
E falsidades tamanhas.
Misturam tudo com molhos
De arrepiar entrefolhos
Adjacentes e em espasmos
De cebolas e alhos ardentes
Como eles e elas em loucos orgasmos.
E numa mão cheia de dias contados,
Cinco, de comer à tripa forra
Finalmente desmascarados
Quando pela boca e reto vomitados
Em sintonia de malcheiroso afeto
Dão a cheirar ao mundo
Aquele imundo
Pivete de vinho com borra.
Agora sim, descoberto foi o mistério
De quem muito caga, muito come...
Embora, falando mesmo a sério
E isto não me sai da ideia:
Nada há como matar a fome
Quando se tem já a pança cheia!

(Carlos De Castro, in Poesia em Terra Livre, 08-07-2022) (Carlos De Castro)

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