Frase de São João Crisóstomo
| “ Ao mesmo tempo que o Ser de Deus se manifestava, estas criaturas que se mostravam tão excelentes e tão plenas de glória se recolhiam com uma rapidez incrível em seu centro, que é o nada. E vendo que o grande Deus estava em mim, e mais em mim do que eu mesmo estava, experimentei por isso uma alegria inefável, e não podia compreender como era possível ter Deus em si e em toda a parte fora de si, e ocupar-se das criaturas. Eu estava encantado de que aquilo fosse só eterno, só imutável, só infinito, e vos digo em verdade que, ao dizer: “Em meu Deus tudo é Deus”, minha vontade foi tocada por um tão grande e tão ardente amor, que me parecia que todo o ser criado desaparecia diante de mim, e que eu jamais me ocuparia de nada mais além de Deus. Não posso explicar o júbilo infinito de meu coração à vista de suas imensas perfeições, mas vendo suas grandezas incompreensíveis e, por outro lado, o meu nada com todas as misérias que o acompanham, eu ia do infinito ao infinito, e sentia-me incapaz, do infinito ao infinito, de ama-lo como eu desejaria, o que me fazia sofrer intensamente; pois quanto mais eu me sentia impotente para amá-lo com um amor recíproco, mais me devorava interiormente um amor secreto. Então, eu seguia buscando segredos em minha baixeza, como se angustiado e embriagado de amor, não sabendo o que fazia. E, coisa estranha, neste trabalho da alma, tanto os ímpetos do infinito em perfeição, como os do infinito de minha baixeza, eram igualmente fogos de amor que me consumiam com seus ardores.” ― São João Crisóstomo |
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