Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 09/12/2025

Newton Jayme
Dizem que é coisa do tempo,
que o velho mundo ainda manda,
que a casa é reino de sombra
onde a mulher se desanda.
Mas eu vi que não é destino,
nem sentença de calendário:
é patriarcado nos cantos,
é medo dentro do armário.

E quando o radicalismo
bate à porta em nome de um deus,
não traz bênção nem cuidado —
traz corrente nos dedos seus.
Assim se ergue a violência,
assim o grito se cala;
mas a dor que tenta esconder-se
acende centelha na sala.

É por isso que, amiga minha,
se tua mão treme no meio,
não se cala por vergonha,
não se dobra por receio.
Quebra o silêncio comigo,
me mostra o que te machuca —
que a gente atravessa a rua,
vai no posto, pede ajuda.

Levo caderno e coragem,
registro a história inteira;
na delegacia da vida
ninguém vai te pôr na esteira.
Fazemos o boletim firme,
com teu nome respirando;
pedimos medida preventiva
pra manter o lobo afastado.

E se o mundo vem dizer
que é exagero o teu choro,
eu te ensino a desenhar
um futuro que pede socorro.
Porque educar é desarmar
essa herança de ferro e muro;
é cultivar meninas livres,
é redimir o próprio futuro.

E quando a noite parecer
tramar contra tua aurora,
eu toco a canção do Chico,
baixinha, na tua porta:
— “Vai, menina, abre o peito,
que a vida pede coragem”;
o amor que não dói nem prende
é o único que faz viagem.

Então seguimos na luta,
tu, eu e quem mais chegar:
tecendo redes de afeto
que o medo não pode cortar.
E se a cidade te esquece,
nós te lembramos inteira;
és mulher, és voz que nasce
como sol na ribanceira.

Assim, amiga, te prometo:
não caminhas desvalida.
Onde houver violência e trevas,
seremos farol e saída.
Porque o amanhã — essa palavra
que insiste em se levantar —
é flor que brota no gesto
de quem aprende a cuidar.


Imagem da Frase:



Dizem que é coisa do tempo,
que o velho mundo ainda manda,
que a casa é reino de sombra
onde a mulher se desanda.
Mas eu vi que não é destino,
nem sentença de calendário:
é patriarcado nos cantos,
é medo dentro do armário.

E quando o radicalismo
bate à porta em nome de um deus,
não traz bênção nem cuidado —
traz corrente nos dedos seus.
Assim se ergue a violência,
assim o grito se cala;
mas a dor que tenta esconder-se
acende centelha na sala.

É por isso que, amiga minha,
se tua mão treme no meio,
não se cala por vergonha,
não se dobra por receio.
Quebra o silêncio comigo,
me mostra o que te machuca —
que a gente atravessa a rua,
vai no posto, pede ajuda.

Levo caderno e coragem,
registro a história inteira;
na delegacia da vida
ninguém vai te pôr na esteira.
Fazemos o boletim firme,
com teu nome respirando;
pedimos medida preventiva
pra manter o lobo afastado.

E se o mundo vem dizer
que é exagero o teu choro,
eu te ensino a desenhar
um futuro que pede socorro.
Porque educar é desarmar
essa herança de ferro e muro;
é cultivar meninas livres,
é redimir o próprio futuro.

E quando a noite parecer
tramar contra tua aurora,
eu toco a canção do Chico,
baixinha, na tua porta:
— “Vai, menina, abre o peito,
que a vida pede coragem”;
o amor que não dói nem prende
é o único que faz viagem.

Então seguimos na luta,
tu, eu e quem mais chegar:
tecendo redes de afeto
que o medo não pode cortar.
E se a cidade te esquece,
nós te lembramos inteira;
és mulher, és voz que nasce
como sol na ribanceira.

Assim, amiga, te prometo:
não caminhas desvalida.
Onde houver violência e trevas,
seremos farol e saída.
Porque o amanhã — essa palavra
que insiste em se levantar —
é flor que brota no gesto
de quem aprende a cuidar. (Newton Jayme)
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