Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 24/11/2025


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Ó, escutai!
Ergo-me do amor que não termina,
Da vigília profunda onde a saudade se arma,
Do brado que vence serras e abismos
E se estende além do território do medo.

Sou da luz que o tempo não subjuga,
Fogo primevo rompendo o breu;
Do silêncio que detém montanhas,
Da memória que desafia o firmamento
E nele finca seu estandarte.

Se o amanhã me vergue por um sopro,
Se a hora mudar o pulso do mundo,
A fé, velha guardiã das guerras íntimas,
Ergue-se inteira — pronta a golpear —
E reacende o ímpeto no peito.

Se a dúvida, serpente fria, me cercar
E a sombra erguer sua bandeira de gelo,
Eu me alço — não por fado, mas por escolha —
Tempestade em avanço, clarão rasgando campos,
Vento que não negocia passagem.

Quando a noite deixa o silêncio em fúria
E a lua se curva sob seu próprio peso,
A lembrança, essa sentinela incansável, desperta
E convoca a coragem ao combate.

E se deuses ou destinos rivais intentarem
Alterar o céu, o mar, ou a cor do caminho,
Levantarei meu canto — lâmina de voz —
E o lançarei contra o escuro,
Eu, trovador que atravessa eras sem dobrar o joelho.

Que o rumo mude, que o vendaval ruja,
Que a terra estremeça ao meu erguer:
No peito arde um canto indômito,
Herança de um fogo que não conhece fim.

Avante, minh’alma de amor guerreiro;
Mesmo entre sombras, sustém teu passo.
O amor — fulgor que acende mundos —
Não se retrai, não se dobra:
É força que vinga o tempo. (Newton Jayme)
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