Frase de Newton Jayme
 | “ CANTO DE PIRENÓPOLIS Antes da cruz erguer-se no cerrado, os Goyá viviam sob o céu por tenda, guardando rios, sonhos e silêncios, num mundo onde a vida era oferenda. Do ouro e sangue nasceu Meia Ponte, dança de homens e fé sem repouso. A Serra, altiva, guardou seus passos, e o Rio das Almas calou segredos. As águas cantam nas cachoeiras: Santa Maria, Abade, Bonsucesso... E quem nelas se banha reencontra a alma, livre, serena, feita poesia. Na mesa, o gosto vira oração: empadão, pequi, doce em cobre. E até o arroz tem sabor de herança quando servido com calma e destreza. A fé dos negros ergueu altares mesmo acorrentada em lembranças. Cada pedra é salmo, cada canto é vida, resistência em rosário e esperança. Em maio, o Divino cobre a cidade: fitas, mastros, cavalhadas ardentes. Cristãos e mouros marcham na praça, e o povo transforma a dor em arte. Ó Pirenópolis! Serra e cachoeira, ruas de pedra, memória e festa. Cidade-poema, chama altiva, um Brasil profundo que nunca se entrega. Quem pisa teu chão escuta a história: são vozes, rostos, sombras e cantigas. Relíquia viva, berço e refúgio, és poesia que o tempo não apaga.” |
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