Frase de Newton Jayme
 | “ Fui eu! — sombra de um rochedo em tempestade, Que ergueu-se em muro à face da verdade... Fui eu quem, num silêncio sepulcral, Trancou-se ao mundo em cárcere de sal. Fui eu quem, pela dor, fiz-me muralha, E sobre mim desabou a madrugada. Fui eu quem, como escravo em noite calada, Fugiu de si... e não achou a alma. Fui eu — na tarde em que os anjos se ocultaram, Que fez da solidão seu firmamento. Fui eu — a náufraga dos sentimentos, Que partiu... ficando no esquecimento. Oh, noite! — quando em véus gelados me envolveste, Minha alma ainda ardia em fogo agreste! E mesmo só, nas câmaras do além, Busquei nos astros o calor de alguém... Fui eu, sim! — que ao ver a primavera em flor, Cerrei os olhos à seiva e ao amor! E em Setembro, quando o Sol beija os telhados, Fiz-me sombra entre os corpos abraçados... Mas eis que brado agora, em voz de vento! Clamo aos céus, aos montes, ao firmamento: "Quero sair! Quero falar! Quero romper os grilhões do meu lar! Quero ensinar o vizinho a cantar — Como quem canta a alvorada no mar!" Oh, manhãs de Setembro libertadas! Vossas luzes rompem grades caladas! Ressurjo em canto, alvor, claridade — Ave de fogo que rasga a saudade! E então, rompendo os véus da tempestade, Renasce em mim o grito da verdade: Nas manhãs... Nas manhãs... Minha liberdade! Nas manhãs de Setembro — Minha eternidade! (Inspiração: Manhãs de Setembro, Vanusa)” |
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