Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 02/09/2025


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Fui eu — sombra cerrada em muro espesso,
Que ao mundo dei as costas, sem alarde...
Fui eu que me trancara em frio regresso,
E fiz da indiferença a própria tarde.

Fui eu, sim — que, na hora vespertina,
Cingiu-se em mágoa, em dor, em despedida...
Fui eu que, mesmo ali, parti sozinha,
E me tornei ausência... e alma esquecida.

Fui eu — que sob o céu de noite fria,
Busquei no ermo o bálsamo e o silêncio.
E em solidão, sem lume, nem poesia,
Bebi do nada o cálice mais denso.

Fui eu que, na estação da flor e aroma,
Passei alheia aos ramos em alvor...
E em Setembro, quando a terra se emociona,
Fugi da luz, fugi do próprio amor.

Mas agora, brada a alma em clamor desperto:
Quero romper as grades! Ver de perto
O riso do vizinho a se elevar!

Quero sair!
Quero cantar!
Quero ensinar o mundo a despertar!

Quero sair!
Quero gritar!
Quero ensinar o mundo a se escutar!

Nas manhãs de Setembro — oh, claridade!
Nas manhãs em que a dor vira saudade...
Nas manhãs onde o Sol beija a cidade...
Nas manhãs — onde tudo é eternidade!

(Inspiração: Manhãs de Setembro, Vanusa) (Newton Jayme)
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