Frase de Newton Jayme
 | “ Fui eu — sombra cerrada em muro espesso, Que ao mundo dei as costas, sem alarde... Fui eu que me trancara em frio regresso, E fiz da indiferença a própria tarde. Fui eu, sim — que, na hora vespertina, Cingiu-se em mágoa, em dor, em despedida... Fui eu que, mesmo ali, parti sozinha, E me tornei ausência... e alma esquecida. Fui eu — que sob o céu de noite fria, Busquei no ermo o bálsamo e o silêncio. E em solidão, sem lume, nem poesia, Bebi do nada o cálice mais denso. Fui eu que, na estação da flor e aroma, Passei alheia aos ramos em alvor... E em Setembro, quando a terra se emociona, Fugi da luz, fugi do próprio amor. Mas agora, brada a alma em clamor desperto: Quero romper as grades! Ver de perto O riso do vizinho a se elevar! Quero sair! Quero cantar! Quero ensinar o mundo a despertar! Quero sair! Quero gritar! Quero ensinar o mundo a se escutar! Nas manhãs de Setembro — oh, claridade! Nas manhãs em que a dor vira saudade... Nas manhãs onde o Sol beija a cidade... Nas manhãs — onde tudo é eternidade! (Inspiração: Manhãs de Setembro, Vanusa)” |
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