Frase de Newton Jayme “
Oh! Não sei se respiro o passado… ou o agora! Se vivo a saudade… ou se o tempo me devora. Minha alma se arrasta entre sombras e luz, Procura-te em vão… mas nada te conduz! Às vezes me vejo perdido em abismos, Pisando outra vez os antigos sismos… Como um náufrago errante, sem cais, Imploro por ti nas marés temporais! Estar no tempo… e lutar contra um traço Do ponteiro cruel que me rasga o espaço! Que dor, sonhar com a alvorada que encanta, E acordar onde a noite é fria — e espanta! Ó tempo tirano! Relógio sem face! Por que me arrancas do que me enlace? Por que este instante, tão nu, tão cruel, Despe o futuro… como um véu de papel? O amor… esse raio que o céu não prende, Esse sopro de fogo que jamais se entende… Sumiu! Como o vento que corta os montes, Deixando-me só… com miragens e horizontes! E grito aos céus — num clamor profundo: “Devolve-me o tempo, o amor, este mundo!” Mas ouço, em resposta, apenas o rumor Do tempo a passar… sem piedade, sem cor! E assim — entre ruínas, marés e vazios — Meu canto ressurge, liberto e sombrio… Pois mesmo que tudo me fuja da mão, Resiste esta vida… no verso, no chão! ”
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Newton Jayme