Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 16/07/2025


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Os ipês florescem,
encantam de luz
o nascer e o reclinar das auroras.

Se tudo é sequidão na serra,
suas flores são bálsamo,
brisa e alento nas horas.

No chão,
semeado de amarelo,
flóreo nevando,
fagueiro a inspirar o poeta sonhador.

Ah, natureza que se faz esmarrida —
onde, onde andará o meu amor?

Debaixo de teus galhos,
o sol perde o estupor,
a terrena majestade.

A solidão se dissolve —
deixa de ser incômoda;
a morte recebe indenidade.

Em suas ramagens
ressoam gemidos de pássaros —
estrondosa, bramida sinfonia.

É setembro, prenúncio da primavera,
e namorados navegam em sublime euforia!

Oh, alegria!
Daqui a pouco tudo se esvai:
o colorido, a festa, o som...

O que era bem vivo irá fenecer;
em galhos desnudos,
só a quietude, o negror da noite...

Intrépido cenário, saudade —
a passarada, nos ninhos,
em recolhida sonância.

O tempo se fará silente,
preparará crias, sementes...
Bem logo, um novo frisson.

O amor é assim:
do barulho ao silêncio,
da flor ao fruto —
nunca teme nenhum açoite.

Comunga austeridade,
passa por túmulos,
mas ressurge vivo,
pleno de eterna existência,
depois da dor do poente! (Newton Jayme)
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