Frase de Newton Jayme
 | “ Os ipês florescem, encantam de luz o nascer e o reclinar das auroras. Se tudo é sequidão na serra, suas flores são bálsamo, brisa e alento nas horas. No chão, semeado de amarelo, flóreo nevando, fagueiro a inspirar o poeta sonhador. Ah, natureza que se faz esmarrida — onde, onde andará o meu amor? Debaixo de teus galhos, o sol perde o estupor, a terrena majestade. A solidão se dissolve — deixa de ser incômoda; a morte recebe indenidade. Em suas ramagens ressoam gemidos de pássaros — estrondosa, bramida sinfonia. É setembro, prenúncio da primavera, e namorados navegam em sublime euforia! Oh, alegria! Daqui a pouco tudo se esvai: o colorido, a festa, o som... O que era bem vivo irá fenecer; em galhos desnudos, só a quietude, o negror da noite... Intrépido cenário, saudade — a passarada, nos ninhos, em recolhida sonância. O tempo se fará silente, preparará crias, sementes... Bem logo, um novo frisson. O amor é assim: do barulho ao silêncio, da flor ao fruto — nunca teme nenhum açoite. Comunga austeridade, passa por túmulos, mas ressurge vivo, pleno de eterna existência, depois da dor do poente!” |
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