Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 04/07/2025


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Só os mortos sabem viver —
 porque não precisam.”

(Fragmento de um 
pensamento póstumo)

Deita-te comigo, amor, 
no chão do esquecimento,
E olhemos, febris, o céu —
seu pausado movimento.
Quem sabe, na névoa fria 
que das estrelas vem,
A dor se desfaz,
e a ventura, cadáver, 
sorri também.

A noite é sempre o útero 
onde o amor incendeia,
Enquanto minh’alma, 
mórbida, 
em tua presença clareia.
Quero morrer! — 
mas que a estrela, 
em fulgor tardio,
Permaneça acesa, suspensa 
sobre o abismo do meu frio.

Quem vive, arrasta o corpo até o fim do ser,
E o morto... este vive, sem precisar morrer.
Na carne, o peso — na ausência, a leveza:
Há mais vida na sombra do que na vã beleza.

Vive o cadáver no sonho 
que arde no pensamento,
Paira no tempo, 
além do último lamento.
E o que respira... 
jaz preso ao esquecimento.

Deita-te, amor, comigo 
entre as flores do jardim,
E aos céus ergue os olhos — 
que as estrelas sorriem por mim!
Talvez no fulgor que lampeja 
da esfera infinita,
A alma, que sofre e sonha, 
enfim se agita... se excita!

A noite é um palco de fogo, 
de beijos e de luar,
Onde o Amor, 
como um deus, 
se põe a reinar!
Quero morrer! — 
mas que a estrela, 
brilhando em teus olhos, fulgure,
E no lume do teu peito, minh’alma 
encontre a cura e a luz que perdure. (Newton Jayme)
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