Frase de Newton Jayme
 | “ Só os mortos sabem viver — porque não precisam.” (Fragmento de um pensamento póstumo) Deita-te comigo, amor, no chão do esquecimento, E olhemos, febris, o céu — seu pausado movimento. Quem sabe, na névoa fria que das estrelas vem, A dor se desfaz, e a ventura, cadáver, sorri também. A noite é sempre o útero onde o amor incendeia, Enquanto minh’alma, mórbida, em tua presença clareia. Quero morrer! — mas que a estrela, em fulgor tardio, Permaneça acesa, suspensa sobre o abismo do meu frio. Quem vive, arrasta o corpo até o fim do ser, E o morto... este vive, sem precisar morrer. Na carne, o peso — na ausência, a leveza: Há mais vida na sombra do que na vã beleza. Vive o cadáver no sonho que arde no pensamento, Paira no tempo, além do último lamento. E o que respira... jaz preso ao esquecimento. Deita-te, amor, comigo entre as flores do jardim, E aos céus ergue os olhos — que as estrelas sorriem por mim! Talvez no fulgor que lampeja da esfera infinita, A alma, que sofre e sonha, enfim se agita... se excita! A noite é um palco de fogo, de beijos e de luar, Onde o Amor, como um deus, se põe a reinar! Quero morrer! — mas que a estrela, brilhando em teus olhos, fulgure, E no lume do teu peito, minh’alma encontre a cura e a luz que perdure.” |
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