Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 18/02/2025


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Quantas músicas, quantas flores,
Quantas palavras ainda a alma marcarão?
Quantos cheiros e quantos odores,
Nos restos da vida, se perderão?

Quantos planos, quantas lembranças,
Sentimentos que ao vento se desfazem,
Nos túmulos da vida, nas sombras da esperança,
O amor se fará, mas os ossos arrefecem.

Quantos delírios, quantas febres,
Quantas dores em amores irão vir?
Na busca da eternidade, nas garras das trevas,
Qual o preço a se pagar para existir?

Quanto tempo suportaremos a ausência,
Sabendo que a dor, inexorável, nos devora?
Cumplicidade em olhares, em total silêncio,
Nos restando a carne, que o tempo devora.

Lembro bem: ontem éramos dois,
Hoje somos um, se é que somos algo ainda.
Habitando os túmulos, sem voz, sem heróis,
Grudados pela morte, nossa única vida.

Agora sei, mesmo sem teu corpo,
Nunca mais estaremos sós, é certo.
Pois no amor, o que resta é o vazio roto,
Somos um só, em eternos fragmentos, dispersos.

E se a morte ou a distância nos separar,
O amor será apenas o que restou, sem cor.
No silêncio da alma, sempre a se distanciar,
Nos unindo na podridão do eterno horror.

Eu e você, em nós o amor vive,
Mas mais forte que a morte, mais forte que o fim,
A carne se vai, mas a alma persiste,
E o amor, no abismo, nunca se extinguirá assim. (Newton Jayme)
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