Frase de Newton Jayme
 | “ Ah, que belo é este girassol! Mas, o que é belo, um dia, murcha, e o que se ergue ao Sol, logo se dobra ao peso da terra, seco, esturricado, como um cadáver na calada do verão. Suas sementes, então, cairão, não como dádivas, mas como restos de um condenado, que, em silêncio, se mistura à lama e ao esquecimento. E do chão, novas almas de girassóis erguer-se-ão, como soldados vencidos, ainda com olhos flamejantes, mas já marcados pela condenação da luta, não mais um, mas um exército de desespero, a brilhar com a ilusão de um dia encontrar o Sol, mas o Sol é sempre o mesmo, distante e indiferente, e o solo, sempre a sua sepultura. Se não fosse o primeiro, o solitário, quem entenderia a dor de estar sozinho, em seu exílio de dor e condenação? Ah, como ele se torceu na agonia, como sofreu, como clamou para o silêncio que ecoa em seu peito vazio, um grito abafado pela imensidão do vazio! Em sua quietude, em sua solidão, viu a vida passar, e a morte sorrir ao longe, mas nunca perdeu a esperança, porque, na desesperança, a chama da persistência é o único reflexo da miséria humana que jamais se apaga.” |
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