Frase de Newton Jayme

Frase adicionada por Newton-Jayme em 19/11/2024

Newton Jayme
Tempo, mestre estranho e severo,
ensinas, mas desfiguras o meu ser.
Trazes o canto,
mas a voz se perde em vão;
dás-me o desejo, mas temo,
pois o epílogo é o fim do coração.

Fazes-me vigoroso
pela manhã e ao meio-dia,
mas à tarde, à noite,
me arrastas, sem alegria.

Recebes-me na infância,
viva e bela,
mas devolves-me,
na velhice, uma janela
de memórias trincadas,
quebrada de dor.
E, no desfecho da festa,
meu corpo é só temor.

Caminho por um beco
onde a luz se esvai,
o ar me falta,
o tempo cresce,
e o que atrai?

Em cada passo,
mais forte
é o meu lamento,
pois o tempo, cruel,
não cede um momento.

Tempo, não quero
ser teu fiel discípulo,
não sou teu prisioneiro,
nem teu cúmplice.
Corres para
o meu ocaso,
não há redenção,
não és amigo,
és só quimera e solidão.
Temperas a saudade
com dor sem calma,
fazendo-me perder
até a própria alma.

És caminho sem retorno,
cruel ostentação,
um suborno sem término,
sem sonhos e libertação.
Não tenho a mágica porção,
não sei como vencer,
sou só aprendiz,
a sofrer e a guardar lições.
Busco a mim mesmo,
mas, em meu olhar,
há só incertezas
sobre o que é o meu desatar,
meu destino, meu futuro lugar!

Não quero o sono
que me arrasta e fere,
quero o despertar,
a vida que me incendeia,
quero a chama
que na alma me devora
sem me consumir,
quero a arte de amar,
com amor que nunca tarde.

Não desejo a apoteose
que me traz o abismo;
busco o contínuo despertar,
o eterno criar, o otimismo.
Quero viver, enquanto
o tempo me for dado,
porque, a cada instante,
sou por ele
devorado e vencido,
mas jamais me dou
totalmente por derrotado.
Sou determinação –
incansável prodígio!


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Tempo, mestre estranho e severo,
ensinas, mas desfiguras o meu ser.
Trazes o canto,
mas a voz se perde em vão;
dás-me o desejo, mas temo,
pois o epílogo é o fim do coração.

Fazes-me vigoroso
pela manhã e ao meio-dia,
mas à tarde, à noite,
me arrastas, sem alegria.

Recebes-me na infância,
viva e bela,
mas devolves-me,
na velhice, uma janela
de memórias trincadas,
quebrada de dor.
E, no desfecho da festa,
meu corpo é só temor.

Caminho por um beco
onde a luz se esvai,
o ar me falta,
o tempo cresce,
e o que atrai?

Em cada passo,
mais forte
é o meu lamento,
pois o tempo, cruel,
não cede um momento.

Tempo, não quero
ser teu fiel discípulo,
não sou teu prisioneiro,
nem teu cúmplice.
Corres para
o meu ocaso,
não há redenção,
não és amigo,
és só quimera e solidão.
Temperas a saudade
com dor sem calma,
fazendo-me perder
até a própria alma.

És caminho sem retorno,
cruel ostentação,
um suborno sem término,
sem sonhos e libertação.
Não tenho a mágica porção,
não sei como vencer,
sou só aprendiz,
a sofrer e a guardar lições.
Busco a mim mesmo,
mas, em meu olhar,
há só incertezas
sobre o que é o meu desatar,
meu destino, meu futuro lugar!

Não quero o sono
que me arrasta e fere,
quero o despertar,
a vida que me incendeia,
quero a chama
que na alma me devora
sem me consumir,
quero a arte de amar,
com amor que nunca tarde.

Não desejo a apoteose
que me traz o abismo;
busco o contínuo despertar,
o eterno criar, o otimismo.
Quero viver, enquanto
o tempo me for dado,
porque, a cada instante,
sou por ele
devorado e vencido,
mas jamais me dou
totalmente por derrotado.
Sou determinação –
incansável prodígio! (Newton Jayme)
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