Frase de Luiz Odilon de Melo - Masmorra - Sepulcro de Vivos

Frase adicionada por Newton-Jayme em 30/04/2017


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Masmorra tétrica e nojenta!
Macabra, gélida e sombria,
unge-te o teto a sombra agourenta
da morte lenta, asquerosa e fria...

Aqui vive o desgraçado,
afônico, trôpego e sobranceiro,
olhando roto o seu passado,
obscuro, medíocre e lisonjeiro...

Vive qual monstro feroz,
por rudes grades cercado;
só Deus sabe a dor atroz
que n'alma porta um condenado.

A infâmia lhe cobre o rosto,
da mais sarcástica vertigem,
tornando claro o seu desgosto
na indiferença vil da própria origem.

Quando vires chorar um desgraçado,
não o olhe com desdém,
queira saber o seu passado,
e talvez chorarás também...

Pobre crápula da existência!
Mero resíduo da vida,
é um mendigo que pede clemência,
qual leproso em ferida...

O que lhe resta agora do mundo?
Morrer, esconder na campa fria,
gozar o sossego profundo,
o silêncio dos mortos, que bom seria!

Quando passares bem pertinho
de uma masmorra de segregados,
só erga os olhos, eleve um carinho,
diga a Deus uma prece pelos condenados. (Luiz Odilon de Melo - Masmorra - Sepulcro de Vivos)
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