Coleção de Frases e Pensamentos de Mário Pereira Gomes


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Mário Pereira Gomes
No século XIX ser eugenista era a moda do momento entre pensadores e políticos ocidentais. John Maynard Keynes, Margaret Sanger, Alexander Graham Bell, Winston Churchill, Woodrow Wilson, Theodore Roosevelt, Linus Pauling, Émile Zola, John Harvey Kellogg e H. G. Wells eram todos defensores da eugenia e da superioridade da "raça ariana".

Entre os eugenistas havia duas linhas principais de pensamento sobre a origem dos diferentes grupos humanos: uma dizia que havia uma raça que se degenerou/ramificou em outras raças inferiores e a ideia de que os seres humanos não possuem uma origem em comum. Cada grupo humano originou uma raça e destas a mais evoluída, na mente dos eugenistas, era a ariana.
Com o nazismo e a singularidade (até agora, felizmente) do Holocausto a eugenia foi jogada na lata de lixo. No entanto, neste alvorecer do século XXI a eugenia (busca pelo melhoramento da espécie humana) ganhou uma nova conotação: não mais eliminar grupos humanos para salvar uma suposta raça superior, mas sim eliminar certas doenças através de práticas como aborto, esterilização e edição do código genético de embriões humanos... tudo isto em nome da dignidade humana com a intenção de não trazer para este mundo pessoas que sofrerão por conta das próprias características genéticas.

Se neste século veremos o surgimento de seres biologicamente diferentes do resto da população não é mais uma contingência, mas uma necessidade. Principalmente agora que a China desponta como grande potência no ramo da inteligência artificial e biotecnologia, enquanto que nos EUA e UE o capitalismo está progressivamente se descolando do humanismo.

Mário Pereira Gomes
Quando se trata de estudar as origens do pensamento nazista muito se fala em Nietzsche, darwinismo social, eugenia, antissemitismo... No entanto, ignora-se a influência exercida por movimentos esotéricos e livros de ficção científica.

No século XIX surgiu a Sociedade Teosófica que afirmava a existência de várias raças-raízes da qual a mais recente seria a ariana, enquanto que os semitas eram tidos como resultado da miscigenação de atlantes com lemurianos. No mesmo século o aristocrata francês Arthur de Gobineau defendia a ideia de que os arianos eram superiores aos outros grupos humanos e que o casamentos entre diferentes "raças" provocaria a destruição da Europa. Houston Stewart Chamberlain deu continuidade ao pensamento de Arthur e chegou a conclusão de que todas as grandes civilizações e personalidades históricas eram arianas. Deste modo, Jesus era tido por ele como o filho ilegítimo de um centurião romano. Para Chamberlain a queda das grandes civilizações se dava por causa da "mistura de sangue" entre arianos e outros grupos humanos. Em 1871 foi publicado o livro, de Edward Bulwer-Lytton, com o sugestivo nome de Vril, the power of the coming race que trata de uma raça humana subterrânea tecnologicamente superior ao que existe na superfície.

Por fim, não poderia terminar sem citar Alfred Rosenberg que constitui o pai ideológico do nazismo, pois foram suas ideias (baseadas no esoterismo e nas pseudociências do século XIX) que influenciaram Hitler e forneceram para este o substrato teórico para a guerra contra a União Soviética e a implantação do extermínio de judeus e outras parcelas da humanidade consideradas inumanas pelos nazistas.