Coleção de Frases e Pensamentos de Antonio Santos

68 frases

“A chuva que cai no horizonte
Me traz seu sorriso
Que aos poucos
Se tornou viciante...

O peso de sua pele
Em contraste nas nuvens
Que aos poucos
Se tornou leve...

A alegria da borboleta
Que aos poucos
Se tornou perfeita...

Uma lembranca bonita
Que aos poucos
Se tornou infinita..”

― Antonio Santos

“Você foi poesia escrita
Na areia da praia”

― Antonio Santos

“Não escrevo mais versos completos
As palavras me faltam
Como o vento as nuvens leva
A caravela que viaja no oceano.
Tão grande era meu amor
Que a poesia não cabia no peito
E transbordava pelos olhos
A saudade de teu abraço
Que em qualquer dia me era abrigo.
E tua forma que disputava
Uma partida de xadrez
Em mates, xeques e peões
Que o tempo obrigava se curvar.
Era minha rainha dourada
Perambulando em diagonal
Quantas vidas fossem necessárias
Para te roubar um beijo.
Eram as areias do tempo
Vivas em metamorfose
Que se fez vidro ou cristal
A adornar seu decote
E brilhar sob seu cabelo.
As palavras voavam
Como livros infantis
Com a licença de um escritor
Que tampouco lembra
Como assinar sua própria obra.”

― Antonio Santos

“A carta

Há um tempo te escrevi os "rascunhos"
Do que seria uma "carta de amor"
Nela, imaginei tudo...
A textura da folha, a fonte da letra, a cor.

Descrevi cada detalhe teu,
Tudo que amo em seus traços,
A carta que você jamais leu
Escrita somente em meus lábios...

"Pensei
Escrevi
(Re)li
Corrigi
Conclui
Mas não enviei"

Mas agora, resolvi te enviar
Com título por fazer
Quem sabe a magia do amar
É as vezes não saber o que dizer...

Entrego à sorte, pura e simplesmente,
Pois se o destino assim quiser,
O carteiro então o fazer,
E mesmo assim não receber,
Devolver ao remetente...”

― Antonio Santos

“Que fugindo de mim
não seria eu,
Mas relance de um espectro
Do que um dia fui.

Que não viaja a tua imensidão
Mas mistifica cores em safiras
E justifica o amor, em flores.

Que de longe sonha
Uma música estranha
Mas que toca profundo,
Sentimentos.

Em linhas aleatórias
Memórias transeuntes
Sem métrica, nem graça.”

― Antonio Santos

“Meus escritos,
Estão ébrios,
Imersos,
Em terras sombrias...

Tenho descrito,
Domingos chuvosos,
Amores dolorosos,
Mistérios, magias...

Pensamentos,
De um escritor,
Que sonha,
Poesia...

Que em flores,
Em versos,
Em nuvens,
Vivia...

A métrica,
Da música,
Em si,
Sentia...

Resquícios
De uma história,
Jamais,
Escrita...”

― Antonio Santos

“Runas na Oliveira

Era manhã chuvosa
Sentado em frente a lareira
Olhando pela janela
A névoa tomando o ambiente
E ao longe na ravina
As nuvens dancam e dancam...
Fico de olhos encantados
Com a perfeita harmonia
De gotas, sons e sensações...

A letra da música cessa no rádio.
Mas a melodia permanece
Em meus desejos de nós,
E teu cheiro toma meu espaço
Tão perfeita e sensívelmente
Me envolve em teu abraço
Que meu coração descompassa

Queria te ver, mas não a encontro...
Já não existe presença física,
Pois você está a navegar
No oceano celestial.
E eu pairo sobre uma cadeira de balanço...
A idade chega a revelar
A finitude dos dias tristes e frios
Mas sou feliz em saber
Que não te deixei sozinha...

A cada dia fiz-me feliz
Em saber que estive a te amar
Todos os dias,
Desde que nossos caminhos se encontraram...
Me espera na porta,
Que vou te encontrar novamente
E andaremos juntos pelas estrelas.”

― Antonio Santos

“É difícil pensar que a vida,
"Simplesmente acontece".
Se eu for olhar o passado,
E lembrar "como eu era antes de você".
Foram tantos passeios,
Por "lugares incríveis".
É muito companheirismo,
O que nos torna o "par perfeito".
Por isso acredito
Que foi um "encontro marcado"
Pelo universo ou o destino.
Eu poderia te falar
"dez coisas que odeio em você"
Mesmo assim te "amar sem medidas".
Poderia eu dizer
O quanto somos bons juntos,
Juntar nossas músicas e filmes favoritos,
Em um poema, e mesmo assim,
Não definiria "que sorte a nossa"...

"Ps: eu te amo.”

― Antonio Santos

“A dor não me é estranha,
Embora não a tenha como amiga,
Tampouco gosto de sua companhia.
Portanto, não me seria necessária.

A dor é amarga e traiçoeira
Me toma nos braços, sem aviso
Quiçá a tenha permitido,
Não foi por querer.

Me trouxe dias ruins
Me tirou a alegria,
Mas me presenteou poesia,
Que não me arrependi em escrever.”

― Antonio Santos

“Poesia incompleta

Onde estavam seus olhos,
Quando precisei viajar?
Onde estava sua pele,
Quando senti frio?

Onde estava você,
Quando me senti triste?
Onde estava o amor,
Quando eu queria amar?

Onde encontro teu sorriso,
Se não nas flores nativas?
Onde capturo teu aroma,
Se não na brisa matutina?

Onde me seguro,
Se não nos seus abraços?
Onde me planto,
Se não em teu coração?”

― Antonio Santos

“Queria tatuar pássaros negros
No meu braço esquerdo
Os que voam para o norte
Quando o inverno chega.

Registar em minha pele
Um quadro, pequeno e abstrato
Com uma projeção em sombra
Que só você sabe o significado

Tatuaria em minhas memórias
As lembranças de nossos beijos
Escritura bordada em ouro
Tamanho 12, espaçamento simples.

Eternizar a beleza de sua alma.
Com tinta atóxica, organica.
Extraída das folhas de flores
Dos campos holandeses

No antebraço, uma runa viking
Uma frase simples
De nossa primeira viagem
Ao encontro do oceano...”

― Antonio Santos

“Soneto da maré alta

Eu te desejo o mar
A brisa no seu corpo navegar
A água, os teus pés, molhar
O crepúsculo, teu coração acelerar

Viajar pelas praias mais belas
Olhar o mundo pela janela
Dançar sobre o claro luar
Olhar a imensidão, se apaixonar

Gozar de vários sorrisos
Inebriar em teus próprios sentidos
Mudar, como assim faz a maré

Sonhar olhando o céu, as estrelas
Amar a vida e suas belezas
Sem se perder em ser quem você é”

― Antonio Santos

“Metáfora de uma língua
Que significa o signo
Mas seu signifante
Não é o objeto significado

Hipérbole de uma língua
Que mata de amores
Mas que morre de medo
De ser seu próprio exagero

O paradoxo de um amor
Que não se apaixona em si
Que desinlude sua ilusão
E se lembra de tentar esquecer

Tão leve a sensação
De uma paixão ardente
Que parte dessa para melhor
Em um eufemismo demasiado

Quanta analogia
Para perdir que fique
E viva comigo
A erudição de meus sentimentos”

― Antonio Santos

“Pelo retrovisor eu vejo
Um mundo que fica
Um rastro que fixa
No passado, uma vida

Pelo retrovisor eu vejo
Uma porção ínfima
Uma transição efêmera
De uma experiência vivida

Pelo retrovisor eu vejo
Nada além do passado
No visor retrô refletido
Em cores destoantes

Pelo retrovisor eu vejo
A corrente que me prende
As raízes que me sustentam
O incontrolável e imutável, antigo eu.”

― Antonio Santos

“O garoto que impressionava,
Com suas roupas pretas,
Com seus cabelos bagunçados,
E livros de romances...

Cada tatuagem, uma história.
Cada piercing, um pensamento.
Cada anel, uma proposta.
Cada dia mais apaixonado...

A garota que era impressionada,
Com suas roupas opacas
De cabelos sempre presos,
E que vivia os sonhos alheios...

Cada sarda no rosto, um medo.
Cada livro que lia, uma ilusão.
Cada olhar, uma reflexão.
Cada dia mais apaixonada...

Mas tudo se misturou,
Tudo ficou confuso,
Os olhares se cruzavam
As palavras tinham outro sabor...

Eles já sabiam perfeitamente,
Que o destino entrara na história.
Que seus caminhos estavam escritos,
Em uma bela, dramática, mas emocionante, história de amor.”

― Antonio Santos

“Não quero que acabe nunca,
Pois sempre sonhei com nós dois,
Abraçados, velhinhos...
Frente à lareira.

Eu a te contar uma história
Pela milésima vez,
Você a sorrir da mesma piada,
E juntos lembrarmos da infância.

É você, sempre foi você,
Quem me afaga os cabelos
Que me aquece com um beijo,
Que me envolve com seu aroma

É você, sempre foi você,
Que alucina meus sentidos,
Me faz viajar sem destino,
Em nebulosas distantes,

Escrito em hieróglifos,
Desde tempos antigos,
Em aramaico, grego ou sânscrito,
Nossos nomes sob a rocha

Está gravado em meu coração,
Seu rosto, nossa canção,
No seu beijo, no seu olhar
O meu eu, sempre a te amar.”

― Antonio Santos

“Longos dias, mas o tempo voa
Na nostalgia de estar atoa
Pela ousadia de ser feliz,
A melancolia se fez cicatriz”

― Antonio Santos

“Seu olhar
Reflete um pedido
Imerso no mar,
De um sonho interrompido

O brilhar me traz a sensação
De querer te abraçar
E sentir seu coração
E não mais te soltar

Deixa correr essas lágrimas
Te liberta das correntes
Desprende-te das mágoas
E dos cansasos da mente

Seu olhar
Reflete um pedido
Um amor a mergulhar
No sentimento infinito”

― Antonio Santos

“No infinito universo
Viajando...
Na velocidade da luz
Dos pensamentos meus...
Encontro no brilho,
Da estrela mais longínqua
O sorriso teu...

A beleza de lua cheia
Que provoca inspiração
O tão distante astro
Que aquece essa paixão
Não se perca na intensidade
Na imensidade do mar celestial

Viaja com teus sentimentos
Ao olhar o céu escuro
Marcado por tantos pontos
Que distantes nos olham de volta
E admiram nosso amor

Enquanto ouço Pomme,
Ou Sleeping At Last, saturn,
Quem sabe the Lumineers,
Ou Kodaline, All I Want,
Eels i need some sleep,
Em som alto nos fones...”

― Antonio Santos

“Rascunhos

Pensei,
Em escrever
Minhas memórias
Em um pedaço de papel
Em letras pequenas
Monocromáticas
Quem sabe a permanência
Da tinta seca, anacrônica
Eternize em meu coração
O rosto seu

Pensei,
(des) escreveria,
A silhueta do seu rosto
As bochechas e a curva dos cílios
Seus cabelos e a mecha de brilho
Os sinais em sua pele
Em tons leves, bordô

Pensei,
Escrever-te-ei
Mais uma carta
Com suaves gotas de orvalho
Ao manoseio do datilógrafo
Em folhas perfumadas
Com paixão, assinada.

Pensei,
Escrevi,
(Re) li
Corrigi
Concluí
Mas não enviei.”

― Antonio Santos

“Faz dez anos de tua partida
A saudade ainda sentida
Na memória ainda marcada
Externada através de uma lágrima

Não é romantizar a dor
É externar um amor
Que se tem no coração
E a tristeza de perder um irmão

Faz dez anos teu retorno
Ao paraíso do Pai glorioso
Menino/homem sorridente
Que alegrava e nos deixava contentes

E hoje a melodia é de saudade
A falta que o peito invade
A lembrança que ainda não falha
Das conversas e gargalhadas

Descanse em paz meu irmão
Todos te temos no coração
Por mais que os anos passem
Por mais que os anos passem...”

― Antonio Santos

“Olhe o céu imenso
Alcançar a linha do horizonte
Aquele azul vivo, intenso
A sensação forte te consome

As lágrimas caem em ondas
A brisa sopra em seu rosto
O desespero do nada te encontra
Te deixa exposto

A nostalgia de derruba
E tudo fica escuro
O pensamento flutua
E lugar algum é seguro

E você sente que perdeu
O momento certo de viver
A paixão que te acometeu
Que tomou todo teu ser

O canto das aves soam
Distantes demais
Em mim não ecoam
Pois nada o faz

E só te resta sonhar
Sonhar
Sonhar
Sonhar”

― Antonio Santos

“O vento sopra cores

Deita aqui ao meu lado
Descansa sob meu peito
Aproveita o dia nublado
Enquanto sinto o seu cheiro

Eu admiro o seu rosto
De beleza surreal
Quero sentir o seu corpo
Essa pele angelical

Nesses olhos, no fundo vejo
A beleza escondida
Submersa em meios termos
De escolhas não escolhidas

Ameniza suas dores
Alicerça seus sonhos
Pinte a vida em cores
Nesse mundo preto e branco”

― Antonio Santos

“Quero ler..
A poesia que é você.
Cada verso, expresso,
Em seus cabelos..

As estrofes do seu corpo,
As rimas do teu rosto,
Os anagramas da tua mente,
A estilística, métrica adjacente...

Ler-te-ei com amor.
Em papel manuscrito, bricolor.
Poema, prosa..
Soneto e história...

Seu olhar viajando,
De encontro ao meu.
Poesia perfeita!
Que o destino escreveu.”

― Antonio Santos

“Há dias em que a mente cansa,
Há dias em que a cama parece mais aconchegante,
Mas há dias que você tem que renunciar,
O conforto que te aprisiona,

Por dentro, as lágrimas da alma
Por dentro, o gelo da tristeza
Por fora, mostra-te forte
Por fora, seja forte

O pequeno viajante de sonhos,
O nano momento que te completa,
O suspiro das flores que te tocam,
A aurora da manhã de domingo,

Abraça aquele velho ursinho
Deita no chão da sala
Chora assistindo aquele filme
Ouve aquela música que te deixa feliz

Se sofres com a tola ilusão
Se finge ser feliz na decepção
Se busca o que te mágoa
Reflita, e mude, está na hora

Há caminhos sem voltas...
Há voltas que não retornam ao início,
Há inícios que não levam a um fim,
E há fins que te trazem de volta
Para onde nunca deveria ter saído”

― Antonio Santos

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Antonio Santos

Membro desde: 18/07/2017

Biografia: Professor de história, poeta do sertão piauiense e amante de boa música.

Frase do Dia

“A guerra é um massacre de homens que não se conhecem em benefício de outros que se conhecem mas não se massacram.”

— Paul Valéry

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