 | “ Depois de alguma insistência, Teolinda acabou aceitando o meu convite pra conhecer minha casa, em meados de Outubro de 1999, cerca de dois meses para o fim do mundo. Aí falamos de tristezas, amores impossíveis, filosofia, depressões pós-românticas e sobre o medo da morte, ao som do bom rock e do vinho e, entre outras cassetes tocadas para reforçar o nosso abatimento colectivo, ouvimos Ian Curtis, Janis Joplin, Jim Morrison, Nick Drake, Wendy O. Williams, Jimi Hindrix, Kurt Cobain e outros mortos imortais, que tiveram em comum não apenas a música, mas também o facto de terem se jogado ferozmente ao desconhecido, munidos de uma coragem impetuosa que a humanidade jamais conhecerá. E depois bebemos. Bebemos à solidão que nos unia. Bebemos à um pacto profundo entre almas confusas, misteriosas e improváveis como a vida após a morte..” |