Frase de Alessandra Benete
 | “ Escrevo como se me faltasse o ar, como se fosse a última coisa a ser feita... É como um sopro, como a vida que valsa numa corda bamba, num meio fio de mim mesma. Escrevo para me salvar de mim mesma de cair num abismo sem fim, profundo e repleto de ecos. Não escrevo para dar sentido... Nada precisa fazer sentido, não agora, não hoje. De certo... Tudo isso parece um triste lamento, mas não é... Isso é o meu silêncio, é o que às vezes não sai, é tudo que não cabe, é o que transborda. Nunca nada me foi tão claro como hoje, como o que me toca profundo a alma percorrendo os abismos do meu ser, os córregos dos meus anseios e desejos. Nunca nada me foi tão nítido quanto esse silêncio ensurdecedor que me toma e faz escrever, escrever, escrever... Pensava eu antes saber a razão que me levava a escrever, porque escrever tantos livros? Então friso que nada nunca me foi tão esclarecedor como hoje que tenho certeza absoluta desse “não saber” acompanhado pelo vício desse hábito. Terrível hábito... Escrever é pura traição... Uma análise fictícia da alma e de tudo que se passa dentro... Traio-me constantemente e descaradamente... E não há necessidade de me contar, nunca houve... É que escrever é uma tentação, uma agonia... Pedaços e fragmentos. Nenhum dia me foi tão nítido como esse texto que implode aqui e agora meu eu” |
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