Frase de João Morgado


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Tinha o meu joelho entre as suas pernas amortecidas, e sentia o respirar molhado que se lhe desprendia do corpo; um calor húmido, escorregadio; um cheiro de saliva derramada, de sémen, suor, água de mel do seu charco íntimo. Havia cabelos colados na almofada, lençóis enrugados, ternura despida, roupa perdida entre corpos que se tinham raptado, rasgado, amado. Eu tinha ainda na pele os trilhos rubros dos seus dedos, das suas unhas, e na boca a luz da pele quando mordida. Fiquei assim uma eternidade, entorpecido, sentindo o seu corpo colado no meu, o seu dormir de mulher moída. A luz da janela subia como um manto pela cama - agora silenciosa, serena como um descampado depois da batalha. (João Morgado)
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Sobre o Autor:
João Morgado
João Morgado


Nascimento: 1965 (59 anos)

Ocupação: Escritor

Biografia: João Morgado é um escritor português. Poeta e romancista, é formado em Comunicação pela Universidade da Beira Interior e tem um mestrado em Estudos Europeus na Universidade de Salamanca, Espanha, e uma pós-graduação em Marketing Político pela Universidade Independente/Universidade de Madrid. Trabalhou como jornalista e, para além da imprensa regional, escreveu no diário “Público” e semanário “Sol”. É atualmente consultor de comunicação nos meios empresariais e políticos. Na literatura, afirmou-se com dois romances: «Diário dos Infiéis», 2010, e «Diário dos Imperfeitos», 2012. Estas duas obras foram posteriormente adaptadas ao teatro pela ASTA – Associação de Teatro e outras Artes.

Frase do Dia

Quem ganhar dinheiro com rapidez, se com rapidez não o guardar, com rapidez passará fome.
Plauto

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