Frase de Carlos De Castro
 | “ TRÂNSITO NA PASSADEIRA DA MORTE Ensinaram-me a andar, Atento e devagar, Para não ser atropelado Nem atropelar Quem se cruze no fado Comigo, Mesmo em único sentido Na vida. Senhor, com tanta brida, Nem se respeitam sinais Nem prioridades, Tantos mortais senhores de nada Que querem fazer da estrada A coutada dos seus ruins ideais! Têm cara de demónio O único prazer património Que querem auferir na vida, É matar gente já sofrida. Ontem, pela manhãzinha, O sol raiava pela fresquinha E eu meti pés ao caminho Para aspirar a vida de mansinho. Alguém em potente máquina de matar Quem na frente deles se atravessar, Me ia levando inutilmente pelo ar, Como já morto e inerte passarinho. Salvou-me alguém lá dos céus, Que mesmo sem ouvir os brados meus, Deu-me a força de me atirar à valeta Em voo rasante, como em tempos, De tantos outros contratempos, Eu, como uma leve borboleta, Pousava e saltava sem parar Sempre que me queriam matar. (Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 01-07-2023)” ― Carlos De Castro |
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