Frase de Carlos De Castro
 | “ O LAR DO SOFÁ VELHO Não chores meu velho Como eu, a ficar a sê-lo. Nunca pensaste como ainda penso, Vá, pensa: Porque o pensar é de graça, Afinal o que nos resta. Já não é a tua casa, O teu cheiro E os odores por ti criados Naquela casita perto do mar Onde gaivotas te iam beijar Pela manhã, famintas, Do teu dar E abrigo procurar Nas tardes fortes de tempestade. O teu lar, agora, é o teu penar... Outros cheiros, Gentes que nem sempre gostam de ti, Pelo que vi, senti e ouvi. E então fugi, fugi dali Tão amargurado. Que triste, é do homem fado Deixado num sofá velho A tremer de medo, Naquele cubículo sem afetos Onde reinam os dejetos, Muita fome amordaçada E mais... Aquele horrível pecado De os não deixar morrer Na sua velhinha cama. (Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-06-2023)” ― Carlos De Castro |
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