Frase de Carlos Vieira de Castro

Frase adicionada por carlosvieiracastro em 27/09/2018

Carlos Vieira de Castro
O TÚNEL
Quando dei por mim, uma força invisível, maligna, negra da cor do breu, mãos ásperas como uma lixa, já me estava a empurrar lentamente, com voz enganadora de sereia de encantar, para um negro túnel, sinuoso, de aspeto horroroso, onde morcegos pegajosos, enojadores, rodopiavam sem cessar sobre a minha cabeça, mais parecendo aves do inferno - se é que ele e elas existem -.
Andei às voltas como uma folha ao sabor do vento, sem ninguém que escutasse meu lamento; ouvindo só um tremor de voz aterrador que ao longe rugia num continuado rumor.
Cheguei a uma altura, já quase alucinado, frio e desanimado, que comecei a gritar a plenos pulmões por uma luz que de uma candeia fosse; que me iluminasse e daquele martírio me tirasse.
Nada. Apenas a ressonância do eco da minha voz angustiada, seca e esganiçada se ouvia lá ao fundo, quase morta.
Eis, de súbito e já com os olhos habituados à escuridão, vislumbro ao longe um pequenino raio de luz que, paulatinamente a mim se dirigia, aumentando de intensidade.
Em viver, ganhei nova vontade…
Quando aquele clarão chegou à minha beira, parou. Com os olhos feridos por tanto brilho, quase nem reparava num vulto que de branco andava e me dizia ser o Filho do Homem, ressuscitado.
Só me lembro que me disse: “Sai como eu saí. És agora um homem novo.”
Num ápice, olho à minha volta e já não vejo sinais do meu Salvador.
Depois, aproveitando aquela luz que Ele me deixou, saí daquele suplício.
Já cá fora, respirando o ar da mãe natureza, constatei que saber esperar é também uma das grandes virtudes do ser humano….


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“O TÚNEL 
Quando dei por mim, uma força invisível, maligna, negra da cor do breu, mãos ásperas como uma lixa, já me estava a empurrar lentamente, com voz enganadora de sereia de encantar, para um negro túnel, sinuoso, de aspeto horroroso, onde morcegos pegajosos, enojadores, rodopiavam sem cessar sobre a minha cabeça, mais parecendo aves do inferno - se é que ele e elas existem -. 
Andei às voltas como uma folha ao sabor do vento, sem ninguém que escutasse meu lamento; ouvindo só um tremor de voz aterrador que ao longe rugia num continuado rumor. 
Cheguei a uma altura, já quase alucinado, frio e desanimado, que comecei a gritar a plenos pulmões por uma luz que de uma candeia fosse; que me iluminasse e daquele martírio me tirasse. 
Nada. Apenas a ressonância do eco da minha voz angustiada, seca e esganiçada se ouvia lá ao fundo, quase morta. 
Eis, de súbito e já com os olhos habituados à escuridão, vislumbro ao longe um pequenino raio de luz que, paulatinamente a mim se dirigia, aumentando de intensidade. 
Em viver, ganhei nova vontade… 
Quando aquele clarão chegou à minha beira, parou. Com os olhos feridos por tanto brilho, quase nem reparava num vulto que de branco andava e me dizia ser o Filho do Homem, ressuscitado. 
Só me lembro que me disse: “Sai como eu saí. És agora um homem novo.” 
Num ápice, olho à minha volta e já não vejo sinais do meu Salvador. 
Depois, aproveitando aquela luz que Ele me deixou, saí daquele suplício. 
Já cá fora, respirando o ar da mãe natureza, constatei que saber esperar é também uma das grandes virtudes do ser humano…” (Carlos Vieira de Castro)
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Biografia: Publico no Kd Frases, com os heterónimos Carlos De Castro e Carlos Vieira de Castro. São a mesma pessoa. Sou eu.

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