Frase de Maria Carolina Fernandes oliveira

Frase adicionada por Valdecir em 31/08/2022


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Peito de Bukowski

No peito morto de Bukowski jaz um pássaro seco e cinza.
Do azul não restou rastro
traço de ave pequena demais para o peso que suportou
toneladas de lamúria em nome da poesia.
A boemia da subversão.
No texto vivo de Bukowski faz coro azul um pássaro vistoso e gordo.
Afaga o berço frio do leitor que se decide ora tão livre
ora tão preso
sempre superior aos reles que não se regozijam do sofrimento
tola pompa intelectual.
No pomo estéril de Bukowski há pó do que antes era carne.
Sob as grades da covardia
o pássaro sucumbiu antes do algoz.
Passado o último suspiro, abrisse o peito do poeta
não acharia pássaro
não acharia rastro
como qualquer burguês embriagado, encontraria órgão oco
tonta vastidão de desperdício
abarrotado de víscera, entranha (Maria Carolina Fernandes oliveira)
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