Frase de Adriano Peralta Moraes

Frase adicionada por Peralta71 em 21/07/2020


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RINÓPOLIS - a cidade da minha infância; sem metrô, nada de relevância.
Na balaústra do portão, o padeiro deixava o pão; apertava a buzina estridente, fixada na carroça azul, com a mula amarrada na frente.
Às seis da tarde, via a noite chegando, ao som do sino tocando, meu pai na Belina chegando. 
A área comercial, tinha o bêbado oficial. Dormia ao chão atirado, com repulsa social;  às vezes falante,  em outras deprimido, mas por todos  conhecido. 
Quando ligava o auto falante, e tocava a `Ave Maria`, de longe já pressentia:  alguém havia partido. Era hora de silencio, pra saber do falecido. 
Sorridente ou infeliz, aos domingos de forma sagrada, o povo cercava a matriz. Grande era a movimentação, o padre Miro finalizava o sermão, os bancos eram disputados, e os diálogos encetados. 
O cardápio era bem limitado: sorvete, pipoca ou amendoim ensacado (cru ou torrado). 
Dali um dia parti, para um rumo desconhecido; vinte anos mais tarde voltei, quando então me assustei, com o que tinha acontecido - era um filme repetido.
Tudo estava no mesmo lugar. O velho taxista,  com  seu Fusca foi me buscar. 
Achava a vida meio parada, mas na verdade, era apenas descomplicada. 
Era um tempo de buscar o barulho, o tumulto, agitação,  progresso e  competição. 
Agora, sinceramente, confesso: hoje penso no regresso. Com o passar dos anos, se descobre que a vida, quando corrida, passa rápido e despercebida. (Adriano Peralta Moraes)
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Adriano Peralta Moraes
Adriano Peralta Moraes

Membro desde: 01/11/2019

Biografia: Delegado, Pensador e Escritor Latino-americano.

Frase do Dia

As coisas, os acontecimentos, a felicidade, o amor e o sofrimento restariam frustrados, se se conservassem mudos e a gente se limitasse a saboreá-los e experimentá-los.

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