Frase de Adriano Peralta Moraes

Frase adicionada por Peralta71 em 12/11/2019


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ENTERRO DE POBRE:
“O velório do  `Zé Moage`,  foi de grande simplicidade. A viúva não serviu nada, faltou eletricidade.  Na sala o sofá rasgado,  disputado por tanta gente.  Mantendo a tradição, dona Neuza do salão, chorava copiosamente. Manelito contava piada e ria no corredor, e o Leno na entrada da casa  com seus causos de pescador. A certa altura da madrugada, com a conversa silenciada, a coisa deu uma desanimada. Inventaram uma vaquinha, pra comprar uma cachacinha. E assim vararam a noite, e assim chegou o dia, com o carro da funerária apressado igual cutia. Na avenida da cidade, passou com velocidade e o enterro no cemitério não teve nenhum  mistério. Com a pá na terra vermelha o coveiro enterrou o defunto, e o povo ia saindo e assim esquecia o assunto. Inventário não foi preciso, pois  não tinha o que arrolar, e a viúva no prejuízo, não achou com quem casar.  Pouca gente nessa terra,  se recorda do “Zé Moage”. Esqueceram de sua alma, apagaram sua passagem. Foi a sina do pobre homem,  é a sina do homem pobre. “ (Adriano Peralta Moraes)
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Adriano Peralta Moraes
Adriano Peralta Moraes

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Biografia: Delegado, Pensador e Escritor Latino-americano.

Frase do Dia

As mentiras têm pernas curtas, mas o escândalo tem asas.

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