Coleção de Frases e Pensamentos de Mário Pereira Gomes

4.047 frases

“A forma encontrada pelas empresas para integrar pessoas de grupos marginalizados é transformando-as em mercadorias, em bens culturais.”

― Mário Pereira Gomes

“Há uma anedota de que Berthier, marechal do Império Francês, convidou Napoleão para caçar coelhos. O problema é que o marechal comprou coelhos domesticados ao invés de arranjar coelhos selvagens que eram mais difíceis de se obter. O resultado é que quando Napoleão apareceu com seus amigos diante dos coelhos estes não fugiram, mas correram na direção dos homens em busca de comida. Restou ao imperador fugir. Tal anedota apareceu pela primeira vez em 1810 no livro anti-bonapartista de Lewis Goldsmith, A História Secreta do Gabinete de Bonaparte. Uma versão muito mais dramática da tentativa frustrada de Napoleão de caçar coelhos foi publicada na década de 1890, cerca de setenta anos após sua morte. Foi cortesia de As Memórias do Barão Thiébault, cujo autor, deve-se notar, também já havia morrido antes que o manuscrito com seu nome fosse publicado por sua família. Embora a validade de qualquer versão deste conto bizarro deva ser abordada com um alto grau de ceticismo, é fácil entender por que ela resistiu ao teste do tempo: quem não sorriria ao pensar no grande Napoleão Bonaparte, vencedor de muitos batalhas e que humilhou as monarquias europeias, sendo derrotado por um grupo de coelhos fofinhos?”

― Mário Pereira Gomes

“Sistemas se mantêm estáveis ao aumentar a entropia do meio circundante; quando não isto não é mais possível ocorre aquilo que chamamos de morte.”

― Mário Pereira Gomes

“Em teoria da informação entropia está relacionada a surpresa; manter-se vivo é minimizar a surpresa/incerteza mesmo que isto signifique levar uma vida repleta de dor e sofrimento. Contanto que acabe com a incerteza, a pessoa continuará vivendo e fugindo de situações e pessoas que poderiam lhe tirar daquilo que agora é o normal para ela. É por isto que a maioria da população francesa colaborou com os nazistas, que judeus criaram uma vida social nos campos de concentração e mulheres continuam vivendo com seus maridos abusivos. Para a mente humana, programada para diminuir a incerteza, é melhor viver uma situação desse tipo do que ser surpreendido o tempo todo.”

― Mário Pereira Gomes

“A vida acadêmica está para a teoria da informação assim como a vida está para a entropia. Ao se aprofundar numa área específica do conhecimento você tentará minimizar a surpresa sobre um determinado tema, mas ao fazer isto estará aumentando a entropia global resultando num conhecimento cada vez menor de outros assuntos e no aumento do conhecimento humano.”

― Mário Pereira Gomes

“Na Grécia Antiga o cidadão-soldado da infantaria pesada era chamado de hoplita. Tornou-se que tal nome vem dos escudos que usavam. Só há um problema: escudo em grego não é hóplon, mas aspís. A palavra hóplon significa equipamento de modo que hoplita é "aquele que carrega equipamentos.”

― Mário Pereira Gomes

“Se um grande primata não-humano (chimpanzé, orangotango, bonobo e gorila) está com dor de barriga ele pode mascar uma folha de gosto amargo tal como seus pais, avós e amigos fazem quando têm o mesmo problema. Brigas podem ser resolvidas por meio da violência ou do amor. Para pegar cupins e formigas é bom ter um graveto por perto e é sempre bom ajudar o próximo, pois no futuro pode precisar de ajuda. Não somos tão diferentes dos outros seres vivos com os quais compartilhamos este planeta. Somente a arrogância própria dos organismos vivos, preocupados apenas com transmitir seus genes para as futuras gerações, mais um cérebro grande para nos fazer olhar com desprezo para o próximo.”

― Mário Pereira Gomes

“Até a década de 1960, por conta do clima de contra-cultura da época, cientistas de diversas áreas acreditavam que a violência era uma exclusividade da espécie humana. A situação começou a mudar quando primatologistas na Tanzânia presenciaram oito chimpanzés encurralarem e assassinarem de forma brutal um chimpanzé de outro grupo. Que o chimpanzé seja mais próximo geneticamente dos humanos do que dos outros primatas é um indicativo de que se quisermos compreender a violência humana devemos voltar uns 5 e 6 milhões de anos quando o ramo dos humanos se separou daquele dos chimpanzés.”

― Mário Pereira Gomes

“A propaganda de João Campos sobre a fala de Marília Arraes acerca da Bíblia, correta já que o Estado é laico, me fez lembrar a derrota de FHC para Jânio Quadros pela prefeitura nas eleições de 1985 em São Paulo. O primeiro dava a vitória como ganha, mas bastou dar uma resposta hesitante para a pergunta de Boris Casoy sobre a crença em Deus para perder para Jânio Quadros. A população brasileira é bastante religiosa, mas uma religiosidade que não está circunscrita à esfera privada de cada indivíduo. A religião ou a falta dela é um fator importante quando se trata de trabalho, amizade, família... Enfim, para se ter uma vida emocional, financeira e social tranquila.”

― Mário Pereira Gomes

“A predominância da mão esquerda é mais comum em homens do que em mulheres. O mesmo ocorre quanto a asma, depressão, doenças cardiovasculares, parto prematuro, morte no parto ou nos primeiros anos de vida, irritabilidade dentre outros independente de cultura e classe social. A existência do cromossomo Y é um candidato para tal discrepância entre machos e fêmeas na espécie Homo sapiens.”

― Mário Pereira Gomes

“Pode parecer estranho, mas macacos não podem comer banana. A fruta faz mal para a saúde deles, pois possui mais calorias e açúcar que seu corpo é capaz de aguentar. O único primata capaz de comer banana todo dia é o ser humano; justamente o que tem o cérebro que mais gasta energia.”

― Mário Pereira Gomes

“Segundo o historiador Peter Brown, um feliz achado intelectual neste ano turbulento, os ricos e poderosos começaram a entrar na Igreja Católica en masse por volta da década de 370; época em que os subsídios tradicionalmente destinados aos templos politeístas começaram uma gradual transferência para as igrejas católicas. A partir daí cristãos como Agostinho de Hipona, Pelágio, Jerônimo, Paulino de Nola e Ambrósio discutiram e escreveram sobre a relação entre a Igreja e a riqueza. As críticas radicais à riqueza foram abandonadas e, em vez disso, a ênfase foi colocada em como a riqueza poderia ser usada para consolidar a comunidade cristã e expiar os pecados. Ironicamente, quando as igrejas se acostumaram a ser ricas no final do quarto e início do quinto século, elas precisaram aprender a viver em um mundo empobrecido depois que o Império Romano do Ocidente entrou em colapso no século V.”

― Mário Pereira Gomes

“Romain Grosjean sofreu um acidente que partiu seu carro ao meio e causou um incêndio. Saiu assustado e talvez com costelas quebradas mostrando o avanço tecnológico na segurança dos cockpits.”

― Mário Pereira Gomes

“Fico feliz que neste segundo turno os brasileiros não elegeram candidatos fundamentalistas religiosos, que não sabem economia básica ou que defendem ditaduras latino-americanas.”

― Mário Pereira Gomes

“O PT não fez autocrítica, não abandonou uma visão de mundo monolítica e polarizada da Guerra Fria, não abraçou a democracia já que continua apoiando ditaduras do presente e do passado e continua pensando mais em si mesmo do que no Brasil. Enquanto não fizer mudar jamais abandonará a minoridade em que se encontra para chegar na maioridade da esquerda europeia.”

― Mário Pereira Gomes

“Os mexicas ao realizarem suas guerras das flores buscavam obter prisioneiros de guerra para serem sacrificados como forma de expiar os próprios pecados tal como os holocaustos servidos no Templo de Jerusalém. No momento da captura o captor dizia ao prisioneiro "Ele é meu filho amado" (ca iuhquj nopiltzin), ao que o cativo respondia "Ele é meu pai amado" (ca notatzin). O captor não poderia comer da carne da vítima sacrificial, pois a fórmula dizia "Devo comer eu mesmo?" (cuix fan no ninocuaz?). Do momento da captura até a morte o cativo vivia livremente entre os mexicas, usando suas vestes, e às vezes deitando-se com a esposa do captor. Podemos ver comportamento parecido entre os índios que praticavam a antropofagia sendo tema para as reflexões de Montaigne sobre as culturas humanas.”

― Mário Pereira Gomes

“A principal marca dos mexicas e maias era o sacrifício humano que tanto horrorizou os colonizadores que aqui aportaram 5 séculos atrás. Ensina-se nas escolas e universidades que o objetivo de tais sacrifícios era alimentar o Sol para que este nascesse no próximo dia. No entanto, mitos possuem mais de uma versão. Há uma outra mais antiga na qual o sacrifício humano parece mais com o complexo mitológico judaico-cristão do que com os mitos egípcios nos quais o Sol tinha de vencer uma grande serpente no submundo para renascer num novo dia. Na outra versão o casal divino Ometecuhtli e Omecihuatl tem vários filhos e estes em dado momento cometem uma transgressão, que varia de versão para versão, resultando na sua expulsão da cidade celestial para a Terra que na época era escura. Os deuses caídos criam humanos para lhes servirem como escravos. Para voltar para casa os deuses precisam expiar o crime que cometeram por meio do próprio sacrifício ou de um de seus irmãos. Dois deuses - Nanahuatzin e Tecciztecatl se ofereceram para o sacrifício transformando-se no Sol e na Lua, respectivamente. Com base nisto os mexicas sacrificavam pessoas não para alimentar o Sol, mas para expiar os próprios pecados e entrarem no Paraíso.”

― Mário Pereira Gomes

“No Império Bizantino qualquer um poderia ascender ao trono bastando ser aclamado como imperador pela população e ter o apoio de parte ou todo exército e do clero. O problema é que uma vez no poder o homem ou a mulher teria de garantir sua permanência no poder por meio de assassinatos, exílio de potenciais aspirantes ao cargo, vitórias militares para manter a lealdade do exército, não perder apoio dos moradores de Constantinopla e do clero. Enfim, a vida dos imperadores e imperatrizes do Império Bizantino não era estável e muito menos tranquila.”

― Mário Pereira Gomes

“Somente por meio do amor é que somos capazes de suportar o que não gostamos nos outros e em nós mesmos.”

― Mário Pereira Gomes

“Quanto mais se recua no registro fóssil mais difícil é separar um animal de uma planta.”

― Mário Pereira Gomes

“O que estamos presenciando é o início de um dilúvio informacional que afogará a todos nós se não construímos para nós uma arca.”

― Mário Pereira Gomes

“Nos mitos sumérios os humanos foram criados para servirem como escravos dos deuses.”

― Mário Pereira Gomes

“O fato de que os físicos ainda não foram capazes de unificar a gravidade com as outras 3 forças me lembra do livro de Jung sobre o dogma da Trindade no qual ele aborda o elemento quaternário representado pelo Diabo.”

― Mário Pereira Gomes

“A morte na guilhotina de Luís XVI foi bastante simbólica, pois o rei era considerado a cabeça mística do corpo político.”

― Mário Pereira Gomes

“A questão não é se a empresa é pública ou privada, mas se ela é eficiente quanto ao serviço prestado.”

― Mário Pereira Gomes

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Mário Pereira Gomes

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— Henri Amiel

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