Frase de Maria Almeida

Frase adicionada por MariaAlmeida em 01/03/2018


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Vejo-a a sentada no banco alto por detrás da mesa redonda e minúscula, teclando passivamente o androide e sorrio. O uso exacerbado do telemóvel tem vindo a excluir do mundo humano o dom da palavra falada, o olhar que vê o sorriso e o sorriso que escuta o olhar.
Ouve-se música dentro do bar e a iluminação ténue é propícia às reflexões profundas.
Sento-me ao seu lado e peço um café, enquanto ela guarda o acessório no bolso largo do casaco e me sorri. Olho-a profundamente e devolvo o sorriso, com a espiral de fumo do seu cigarro a fazer acrobacias dentro do meu campo de visão, como o transe com que subimos e escorregamos, até nos apercebermos que deslizar os pés descalços na areia branca e fina do mar é a melhor sensação do mundo.

2018-03-01 (Maria Almeida)
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