Frase de Maria Almeida

Frase adicionada por MariaAlmeida em 18/09/2017


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Peguei na minha mão e percebi que o toque não era o mesmo. Pareceu-me estranha. A luz incidente zumbiu. Voltei a olhar para ela e ouvi nitidamente o tambor do meu coração, enquanto um dos meus dedos furava a luz de uma beleza passiva, no sítio onde não era assim que se fazia. Parte de mim havia desaparecido. Parte de mim queria falar, parte de mim escutava as palavras ditas e não proferidas, até que a totalidade de mim recuou por se amar. Nunca percebi porque é que o mal era feito. Nunca percebi porque é que o bem ficava quieto enquanto o mal magoava.
Há muito tempo, quando ainda não existia, os meus olhos brilhavam com o aroma a terra molhada que invadia as narinas, escalava a chuva e conseguia sentir-lhe a pulsação e o sabor, como se tivesse lá estado toda a vida e muito antes das coisas se começarem a fragmentar, mantendo o mundo intato na visão da própria fragmentação que acontecia dentro e fora de mim… forte o bastante para conquistar o campo do medo e transformá-lo num amigo fiel para seguir em frente e vencê-lo… resiliente o suficiente para fazer o que estava dentro da alma, enfrentando as adversidades com coragem e sem vergonha do silêncio das lágrimas. (Maria Almeida)
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