Frase de Maria Almeida
 | “ Ela não foi. Nunca foi. Precisou de um momento de solidão para descer a escada do seu mundo interior. Ela não foi. Nunca foi. Mas a meio do percurso, a mentira exterior fechou-lhe a porta e durante um segundo do tempo, de um tempo interminável, foi-lhe difícil respirar. Como quando neva. Sem Deus, sem ela. E num vazio, os olhos cheios de branco, avançando confusa, perdido o gosto da canela na boca, onde tudo, de repente, lhe pareceu inócuo e indiferente, não entendendo a vida e o mundo. E, consequentemente, a força de provar a si própria que conseguia ir e continuar, sem saber muito bem que direção tomar. E foi então que ela foi. Agarrou no seu lado de fora e fechou-o por dentro. Enfrentou a emoção avassaladoramente doída e reparou as peças quebradas com o ouro da sua essência, transformando-as na sua parte mais bonita. Proporcionou-se valor. Amou-se ainda mais. Perdoou. E, sem vergonha, exibe, perante si mesma, uma longa cicatriz a formar-se ainda débil. Por isso sabe. Sabe que tem de caminhar devagar, para não se ferir e não magoar. A vida não espera. E ela ama viver. E vibra ser.” |
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