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Coleção de Frases e Pensamentos de Helton Manoque

141 frases

“Ponto

Põe-me as vírgulas necessárias
No paraíso de rimas fictícias;
Num cativeiro lustroso
Como nuvens a beijar a lua
Numa agonia desnecessária
Porque sei o meu fim.
Murcham as rosas no jardim da vida
No observatório da minha partida.
Contempla-me como um ponto
No final do texto!”

― Helton Manoque

“Uma viagem nas memórias

É lua beijando o céu.
De pés nu,
Calcanhar a beijar a areia,
Vento suave a acariciar meu corpo...
Revivo um passado recente.

Caminhos fazíamos
Em noites de prosa
Na companhia do meu procriador.
Ensinou-me então,
Que cana e rede
Sem o pescador não se levantam
Para pesca.
Que o papel sem escritor
É um mar de vazio,
É uma vida sem alegria.

Então ouvi e guardei
Selado no meu coração
As palavras enternas do meu papá.
Hoje sou poeta
E com palavras pesco
Os melhores peixes do meu habitat!”

― Helton Manoque

“Chamaram-te pelo nome

Corajoso e forte,
Apelidaram-te musculoso.
Deram-te o nome antes do parto
Ainda nem eras verbo,
Somente uma palavra vagando
Em nossas consciências.

Os dias se passaram
Combateste um bom combate.
Quando vimos os dias da lua
A se atrasarem,
As náuseas e vômitos de sua mãe...
Eram mais de três milhões de sémen
Lutando para chegar ao óvulo.

Abençoado sejas
Forte rapaz!
Duro como o ferro,
Manso e gentil como ursinho de pelúcia.
Eu e sua mãe fazemos votos
Que te tornes um homem honroso
Diante dos olhos do povo.
Para Kael Magno Manoque”

― Helton Manoque

“Espero pelo TSU

Mas que TSU é esse
Que vai e vem
Como se Vai-vem fosse?
Ah, sim foste,
Tão rápido quanto vieste.
Quando a esmola é demais,
O pobre sempre desconfia.

Vieste com o T de tabela
E trouxeste-nos tristeza;
Vieste com S de salário
E nos metestes em sarilhos;
Vieste com U de única
E nos meteste em urnas;
Sim, urnas!
Porque alguns morreram
Antes mesmo que te manifestasses!

Oh, TSU!
Grande dilema és tu!
Imprimimos camisetas
Para comemorar a sua chegada.
Foste como uma mulher grávida
Preste ao parto
Saíste da grande Maputo
E tiveste um grave acidente
No troço da Manhiça
Que te deixou em coma
No hospital Central de Maputo.
Agora aguardamos a sua alta
E sua reabilitação
para visitarmos os ATM's.”

― Helton Manoque

“*Ganda e a praça tenebrosa*

Ao findar do dia
o céu invocava o luto.
Via-se meia lua e estrelas adormecidas,
pedaços de madeira no banco da praça.
Memórias de glória e de luto de Ganda,
Menino lembrança no meio do nada;
Sozinho sempre sozinho.

Ganda quando vivo
amava a praça.
Invocava almas adormecidas,
estendia seu corpo sobre o banco
soletrando punhado de palavras.
Viam-se vultos na praça,
nuvens negras cobriam a praça
e davam início à macumbaria.

Ganda atormentava a vizinhança,
mas ninguém achava graça
em aproximar-se do pequeno feiticeiro.
Passava o dia dormindo
E as noites na maldita praça.

Numa das tenebrosas noites,
ouviam-se vozes em discussão
sobre diamantes e pedras preciosas
afundadas no coração da praça.
A praça que sempre acordava
com monte de sujeira,
estava limpa e as árvores floridas.

Ganda abandonou a praça,
despiu-se pela manhã e caiu morto
numa rima junto ao papel sangrando nas mãos.
Um bilhete escrito a sangue, dizendo:
"terreno baldio no meio do nada,
guarda riquezas para minha lembrança".
Os homens cavaram no coração da praça
e acharam riqueza graças ao Ganda.”

― Helton Manoque

“*Calabouço solitário*

Há um preço a pagar
A quem não cumpre regras;
A quem troca o lar pelas ruas,
Criminosos sanguinários
Presos nos escombros violentos,
Fazendo residência a seu apreço.
Vivem sem ponto e vírgula,
Activam sentidos maléficos e,
Num simples olhar,
Escolhem suas vítimas.

O teu destino é, certamente,
O calabouço, a amar a morte.
Serás vigia de seus destroços,
Pois no calabouço lembrarás
Dos teus mal feitos sem afecto,
Tirando a paz no seio do lar,
Violando as regras
De um convívio social.

Lembrarás dos teus crimes,
Será um martírio em sua prisão.
Em lamentações descomoventes
Ficarás entre guerra e paz.
Passarás noites em branco
Implorando um perdão
Num vão de silêncio.
Ninguém escutará teus choros,
Não há consolo algum.
O lençol vira corda, a corda vira gravata
Apertando seu pescoço numa despedida
Entre três paredes e grades da sua solitária,
Deixando seu fôlego aglutinado numa triste despedida.”

― Helton Manoque

“*O vazio da solidão*

Sempre sozinha
Num canto, sempre fria.
Nunca foi simpática
Recusa todos amores.
Ela é solteira que nem a ilha,
Uma porção em meia solidão.

Antipática por demasia,
Rugas rugosas riscando sua testa.
Se ela fosse abelha, faltava mel;
Se fosse professora, faltava aulas;
Se fosse poeta, faltava verso e rimas;
Contraditória, cínica e vazia.

Orgulho a preço fixo:
Não sai, não se atrai,
Não se apaixona e nem se ama.
Sempre desleixada,
Seu andar não têm graça,
Seu gingar ninguém atrai.
Quando ela passa, uma folha seca cai
Sobre o chão e vira pilha amontoada;
Lixo pronto a ser queimado
Como a vida sem graça da solidão ambulante.”

― Helton Manoque

“*Meu quarto de papel*

No meu canto escrevo,
Pouco a pouco acerto os versos.
Sou poeta do meu tempo,
Sigo em frente sem lamento.
Lançam pedras no meu teto;
Não hesito, eu me conserto
Dos buracos no meu teto.
Sou o curandeiro dos meus ferimentos.

Boca cheia de chuva salgada
Descida da fonte dos olhos,
Activam os sentidos do meu corpo.
Há um grito de palavras no meu cérebro
Que trazem dissabor ao meu coração.
Sinto medo e raiva
Das críticas e actos de vingança
Que casam com todo tipo de mal
E tentam invadir minha casa de papel.”

― Helton Manoque

“*O ritual da sorte*

Galo preso no chão,
E a faca a deslizar sobre o pescoço.
Pedaços de panos preto e vermelho
Símbolo de sangue e luto;
Banho mal cheiroso
Para retirar a atribulação.

Sobre o corpo,
Cortes de lâminas agudos;
Um preparo de raízes no pilão,
Retira-se uma fusão de óleo
Posta numa panela de barro.
É remédio sobre o machucado
Que a lâmina fizera ao corpo.

Banho sujo,
Misturas de ervas do campo
Fundidos com o sangue do galo;
Óleos de cheiro forte dentro do galão
São colocados no balde do banho
Misturados ao sangue e ervas do campo.

Pedaços de lenhas no fogo
Queimando, despejam fumo
Sobre o cobertor fechado,
Envolvendo o corpo humano
Depois do banho sujo.
Orações em língua bantu
Expulsando maus espíritos.

Dinheiro sobre o prato de barro
Dispeço-me em silêncio
Do famoso curandeiro,
Que espero me dar êxito
Nos próximos dias em meus feitos.”

― Helton Manoque

“Numa afeição moribunda

Se não te agrado,
Serei surdo e mudo.
Melhor ser cadáver sem sepultura,
A viver um amor não correspondido.
Um amor bandido
Que assalta meus sentimentos
E me deixa ao relento
Numa frase sem verbo.

Admito ser um louco apaixonado,
Mas não serei um cego apaixonado.
A contar rosas num jardim abandonado;
A viver na adega sem vinho;
A fumar cannabis sem paulada.

Serei surdo e mudo
Aos seus encantos.
Melhor ser livre
A ter um cavalo
Que não posso cavalgar.”

― Helton Manoque

“*Encanto negro*

Palavras enchem a boca,
A transbordar ódio e vingança.
Lábios solteiros no meio da praça.
Mente vazia no meio do nada;
Sonhos furtados pela bruxa.

O gozo virou lembrança
Escondida no tempo da graça.
Atar meus pés me traz desgraça.
Oh bruxa malvada!
Por que tiraste-me as asas?
Por que feres a minha alma?
Por que me jogas num mar de incertezas?

És serpente a ferir-me a cabeça;
És o veneno a habitar nas veias;
És a morte a levar-me à tumba;
Vultos a invadir-me a cama?
Mãos a furtar-me a alma
No despertar da minha angústia.”

― Helton Manoque

“Uma viagem nas memórias

É lua beijando o céu.
De pés nu,
Calcanhar a beijar a areia,
Vento suave a acariciar meu corpo...
Revivo um passado recente.

Caminhos fazíamos
Em noites de prosa
Na companhia do meu procriador.
Ensinou-me então,
Que cana e rede
Sem o pescador não se levantam
Para pesca.
Que o papel sem escritor
É um mar de vazio,
É uma vida sem alegria.

Então ouvi e guardei
Selado no meu coração
As palavras enternas do meu papá.
Hoje sou poeta
E com palavras pesco
Os melhores peixes do meu habitat!”

― Helton Manoque

“Amigo Irmão

Lembro-me dos dias de trovão
Que falaste em meus ouvidos
Como eu deveria proceder.
Entre dores e raiva
Deixei de ouvir-te.
E a cicatriz tatuada
Olha para mim todos os dias.

Tuas palavras foram de socorro
Porém, eu estava cego;
Num mar de incertezas.
Hoje estás aqui e não tenho nada,
Mas estavas tu também
Quando eu tinha tudo!

As tuas palavras me motivam
A viver com maior intensidade
O que jamais vivi nessa vida!
Lembro-me do que dizias:
Que sou um irmão que Deus te deu!

Meu amigo, tu me fortaleces sempre!
Nunca me deixas à deriva
Sobre um mar de vazios.
Sobre um choro de silêncio,
Sempre senti a tua presença
De um amigo irmão.”

― Helton Manoque

“Pensai alto!
Porque em baixo tem terra, almeja o melhor para si sem prejudicar os outros.

Esteja pronto para assumir desafios, porque o que não te desafia não te fortalece. Não fuja do deserto, pois na caminhada terás que ser provado, assim o ouro bom é provado pelo fogo e o bom vinho pelo tempo.

Não desista, nunca desista! Pensai no que os outros chamam de impossível e torne real diante de seus olhos. Tudo podes alcançar se preserverares nas tuas batalhas! Não te limites no conforto dos preguiçosos e nunca desista dos teus ideias nem dê ouvidos aos que te querem ver por baixo.

Pensai alto e ande com pessoas que te acrescentem valor e que te façam crescer na vida. Os que projectaram grandes feitos foram homens como tu! Seja você mesmo e faça a tua marca!”

― Helton Manoque

“Faz o teu pouso.
Não te prendas por palavras negativas;
Nem te escondas no abismo.
Sai da obscuridade da sua visão,
Veja a luz.

E seja luz para os outros.
A cada escalada da vida seja a motivação para os outros subirem.
Não seja motivo de abandono da fé e esperança dos seus.

Ame a vida como ela é porque o Criador, nosso Senhor e salvador deu-nos-a por amor na sua maravilhosa graça.”

― Helton Manoque

“Julguei que eras tu

Vi-te com os meus olhos
Que a terra há-de comer.
Amei-te a primeira vista;
Porém, entristeceu-se o meu coração ao saber que eras um amor proibido.
Chorei tanto em um obsoluto silêncio para dar vazão ao meu sentimento aprisionado.

Julguei que eras tu

Porque julguei que eras tu.
Eu sofri sem teres ciência
De quão grande e cheio
Estava o meu coração; dividido
Como uma pizza quente saída do forno,
Cheio de sabores que não posso provar nem tocar.
Apenas contemplo-te em minha miragem.
Suas coxas me deixam louco de tesão;
A tua voz me emociona e me faz voltar a infância.
Tu me fazes ser criança.
Por que não me tomas em teus braços?

Julguei que eras tu

Julguei, ah sim julguei!
Tu enfeitiçaste a minha mente,
deixaste-me uns porquês que não posso responder e nem resposta mereces.
Tu és minha na minha maldita ilusão.”

― Helton Manoque

“No som do batuque
Nasce a dança.
Na humilde recepção
Aos nossos vingadores,
Sobre as sombras das árvores
Que sustentam o patrão.
Exploração, não patrão!

Ao que tudo conseguem
Em nossas ricas terras
Esses homens de pele branca;
Homens de raça.
Bebemos sua bebida
E aos poucos vendemos a pátria
Oh África...
Porque choras no silêncio?
Ninguém te vai escutar.
As riquezas vão acabar.
Aonde vamos parar?

Nos braços do meu patrão?
Ao que dei ar para que ele respirasse em minha Terra?
E água para que ele me afogasse na minha ambição temporária?

Não patrão!
Não ficarei no chão!
Limparei as minhas mãos
E me levantarei do chão
Para tomar o que é meu.
Exploração, não patrão!”

― Helton Manoque

“O meu presente de Deus
O dia maravilhoso
No quinto mês do ano
No vigésimo sexto dia
Nasceu a princesa

Tu catalizas os meus dias
Participas em meus sonhos
O brilho dos seus olhos
Roubam sorriso em meu rosto
Tu és perfeita em meus olhos
Tu és filha minha
Alegria para a vida
Um amor para sempre

Feliz aniversário Priscielly”

― Helton Manoque

“Heróis

Estátuas deviam ser feitas em vida.
Extrapolar a essência do elogio quando ainda os heróis têm vida
Para que o seu ego seja engrandecido.

Não me dê flores na minha morte, porque não poderei sentir a fragrância das pétalas a meio luto na ausência dos sentidos.
Elogiar-te-ei em vida, sem vida não faz sentido!”

― Helton Manoque

“O que se escondeu no verde

Há um verde que afoga;
Afoga minúsculos graúdos
Sobre solos adormecentes.
Relembrar sonhos dói a alma.

Na noite ouvíamos o som dos pés beijando a terra;
Era a dança das tribos.
Os pés davam vida a areia que em instantes virava poeira.

As águas do rio
Roçavam as pedras,
Num som que transmitia paz. Envolviamo-nos no silêncio da água a ver partir o corpo que tinha vida.

Há tempos que não se ouve canto nem instrumentos.
Não é falecimento;
O adormecer dos que vida não têm.
Esbanja dor ver pedaços de madeira afogadas sobre a terra,
Chuvas nos olhos
A molhar o peito.
É sobre lembrar os que dormem sobre o que o verde escondeu.”

― Helton Manoque

“Maldição

Maldita,
Nunca foi benigna,
Não é amiga.
Feitiça e pica nos pés do rico e do pobre;
Destrói o que não constrói;
Furta o que não paga.

É amiga da ira;
Amiga de birras.
Invoca vítimas adormecidas.
Desejaria morrer sem ver a ira e as birras da maldita.
Porquanto só observo o fim dos meus.”

― Helton Manoque

“O dia dos amantes é sobre jogar pétalas de rosas vermelhas sobre a adormecida esperança, perspectivando o renascer da certeza perdida, tendo fé no futuro flutuante em um mar de rosas.”

― Helton Manoque

“O exaurir da mente
Produz ânimo novo.
O domínio da mente
Revela um ser sereno;
O pico do equilíbrio.

O sábio obomina o mal.
O insensato tem maior afeição.
É o alavancar de seus dias.
Os seus pensamentos
São impuros e turvos,
Sujos e imundos.

Nem todo colorido é belo.
Os frutos amadurecem
Sem revelar o seu interior.
Adoramos o exterior, porém, odiamos o interior
Que se revela amargo.
Cura a sua mente, e ame fazer o bem!”

― Helton Manoque

“O exaurir da mente
Produz ânimo novo.
O domínio da mente
Revela um ser sereno;
O pico do equilíbrio.

O sábio obomina o mal.
O insensato tem maior afeição.
É o alavancar de seus dias
Os seus pensamentos
São impuros e turvos,
Sujos e imundos.

Nem todo colorido é belo.
Os frutos amadurecem
Sem revelar o seu interior.
Adoramos o exterior, porém, odiamos o interior
Que se revela amargo.
Cura a sua mente, e ame fazer o bem!”

― Helton Manoque

“São pequenas palavras que deviam ser ditas, mas não são; pequenos gestos não demostrados.
Um simples "Olá" que é ignorado, um simples "te amo" que não é expressado. Assim, desejamos coisas maiores sem concretizar as menores. Apoiamos as nossas decisões no nosso orgulho e permitimos que o nosso ego seja massajeado. Somos prontos para falar quando devíamos ouvir mais e se portar como sábios, porém, a nossa tolice cresce mais rápido que os outros indicadores positivos.
Ame mais, abrace mais, cuide mais, chore mais, viva mais e cresça no gráfico dá sua fé.”

― Helton Manoque

Helton Manoque

Helton Manoque

Nascimento: 21 de Novembro de 1990 (33 anos)

Membro desde: 23/12/2014

Biografia: Gosto de ler a biblia e literaturas relacionados, crónicas e livros de poesia...

Frase do Dia

“Nenhum homem que tenha vivido conhece mais sobre a vida depois da morte que eu ou você. Toda religião simplesmente desenvolveu-se com base no medo, ganância, imaginação e poesia.”

— Edgar Allan Poe

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