 | “ Eu sou a rima Quando nasce a luz, me recuso a ser poeta torpe Viverei nessa estrofe, porque eu sou a rima Dorme, luz do dia, porque com a lua vem a noite Assim me cabe, descrever o grito encarnado na alma De olhos molhados, vejo na forca as rimas do mundo Habitante sou, deste tempo que o ignorante hiberna Manuscritos nos escombros do mundo esquecido Diz-me, então poeta, onde estão as rimas dessa terra? Sobre a tua doce beleza, eu não me atrevo Sei o quão és bela estrofe, coloque rima e prove ao fogo Serás assim, diferente de todas as estrofes do povo Comtemplam sim, a tua raridade ao ver-te nascer nova Contra o mundo talvez seja um triste combate De rimas, como as rimas sabem ser, sem disfarce.” |