Frase de Érwelley Andrade

Frase adicionada por Escritora em 15/10/2019

Érwelley Andrade
Não calem os meus ouvidos

Talvez eu ouça menos do que de fato gostaria de ouvir; mas pra quê dar ouvidos a falas retóricas, vozes omissas e reféns do próprio sistema?
Talvez eu prefira o silêncio da voz ativa na luta incansável de não deixar de acreditar no que se cala quando convém, do que não para pra resmungar.
Talvez eu nem queira mais ouvir essa gritaria bizarra de tantas vozes covardes rasgando a dignidade de quem não pode falar.
Talvez ouvir seja dispensável em dias mais barulhentos e medíocres; quem sabe tapar os ouvidos seja a solução para não paralisar o cérebro com tanta aberração.
Talvez eu esteja sendo silenciada pelo não mais ouvir simplesmente porque ouvir já não faz sentido algum diante de uma sociedade esdrúxula que grita regras aos surdos de consciência.
Talvez não ouvir seja um pressentimento do que está por vir, uma tempestade de vozes irracionais tirando de nós a capacidade de nos mover para fora dessa bolha que chamam de sociedade.
Talvez eu nem precise ouvir para entender que as vozes aleatórias me doem na alma o barulho da cegueira constante disparada a todo o tempo em direção a quem escuta, mas não sabe se chora ou se ri.
Talvez eu aceite minha deficiência auditiva tão naturalmente porque ouvir já é cansaço para os meus sentidos, dor para a minha alma e tortura para a minha geração.
Talvez, não mais ouvir seja a melhor saída para que eu encontre um abrigo aqui mesmo, dentro do meu peito e compreenda que ouvir é desnecessário quando não se sabe o que falar. E que se entenda que amar seja a maneira mais barulhenta de mudar o mundo sem que seja necessário uma só palavra ouvida, falada, mas realizada no silêncio em educar e assim salvar tantas vidas de uma doença chamada sociedade reprimida.


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Não calem os meus ouvidos 

Talvez eu ouça menos do que de fato gostaria de ouvir; mas pra quê dar ouvidos a falas retóricas, vozes omissas e reféns do próprio sistema? 
Talvez eu prefira o silêncio da voz ativa na luta incansável de não deixar de acreditar no que se cala quando convém, do que não para pra resmungar. 
Talvez eu nem queira mais ouvir essa gritaria bizarra de tantas vozes covardes rasgando a dignidade de quem não pode falar. 
Talvez ouvir seja dispensável em dias mais barulhentos e medíocres; quem sabe tapar os ouvidos seja a solução para não paralisar o cérebro com tanta aberração. 
Talvez eu esteja sendo silenciada pelo não mais ouvir simplesmente porque ouvir já não faz sentido algum diante de uma sociedade esdrúxula que grita regras aos surdos de consciência. 
Talvez não ouvir seja um pressentimento do que está por vir, uma tempestade de vozes irracionais tirando de nós a capacidade de nos mover para fora dessa bolha que chamam de sociedade. 
Talvez eu nem precise ouvir para entender que as vozes aleatórias me doem na alma o barulho da cegueira constante disparada a todo o tempo em direção a quem escuta, mas não sabe se chora ou se ri. 
Talvez eu aceite minha deficiência auditiva tão naturalmente porque ouvir já é cansaço para os meus sentidos, dor para a minha alma e tortura para a minha geração. 
Talvez, não mais ouvir seja a melhor saída para que eu encontre um abrigo aqui mesmo, dentro do meu peito e compreenda que ouvir é desnecessário quando não se sabe o que falar. E que se entenda que amar seja a maneira mais barulhenta de mudar o mundo sem que seja necessário uma só palavra ouvida, falada, mas realizada no silêncio em educar e assim salvar tantas vidas de uma doença chamada sociedade reprimida. (Érwelley Andrade)
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Biografia: Menina mulher, cheia de sonhos e realidades. Sonhos que me fazem acordar cheia de esperanças e realidades que me enchem de força para lutar.

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