Frase de Antoniel Silva

Frase adicionada por Antoniel em 12/10/2025


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Não há mais leões à porta, apenas a campainha.
Nossos gigantes são de pixels, nossa fome, de scroll.
O mundo se curva em seda, macia e mesquinha,
E o músculo da Vontade perde o seu papel.
​Fomos castrados pelo acesso, pelo clique fácil,
Pelo teto que não pinga e pelo pão que sobra.
A vida é um fluxo constante e dócil,
E o espírito esqueceu como se tece uma obra.
​Então a tragédia — real, sem filtros, fria —
Bate à porta, pedindo o ferro forjado que não temos.
A alma, acostumada à anestesia do dia a dia,
Encontra a sua ausência no que mais precisamos.
​O vazio que surge não se enche com silêncio;
Ele pede ruído, mais pressa, mais uma tela acesa.
Afogamos o sentido em urgente e demência,
Na sobrecarga fria que finge ser destreza.
​Corremos no escuro para fugir do dentro,
Pois lá reside o fardo de ser livre para escolher.
Preferimos a gaiola dourada, o lento tormento,
A distração barulhenta para não ter que viver.
​E assim, a luta verdadeira não é contra a mágoa ou o azar,
É contra o excesso que nos rouba a força e a essência.
Estamos sós na multidão, no conforto do nosso lar,
Esperando a luta que tememos, em perpétua decadência.
​A arte de sofrer com dignidade foi esquecida.
Somos ricos de meios e pobres de alma.
Esta é a nossa doença. Esta é a nossa vida. (Antoniel Silva)
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Antoniel Silva
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