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Coleção de Frases e Pensamentos de Marco Antonio Alvarenga

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1.228 frases

“Escrevo...

Escrevo... E no final de cada verso,
Perco-me na distância que me propões,
Desfaço poesias, sepulto emoções...

Escrevo... E as palavras fogem de mim,
Rebusco sentimentos, ouço canções,
E morrem comigo as minhas ilusões...

Escrevo... Enquanto insiste essa agonia,
No insólito desejo das minhas razões,
Em que na vida aparece decepções...

Escrevo... Neste exato momento, à sua procura,
Libertando a alma de seus grilhões,
Fazendo de ti a minha cura...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Escolha? Não!

Não te ousas a escolher quem amas,
Pois se existe em ti este sentimento,
De certo houve um dia o momento,
Em que perdeste todos os sentidos...

Não te culpes, pois o amor ardente,
Daqueles, que nunca tenha acontecido,
De virar-te os olhos, algo parecido,
É só para insanos, ou inconsequentes...

Não te sintas louco, débil e imoral,
Por amares, como eu sou possuído,
Por um amor real, puro e enternecido.

Não te faças ser escravo da moral,
A julgar escolhas da vida real,
Pois para quem ama, nada é proibido...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Enquanto Eu Te Amar

Se tudo, com doce amor serei teu par,
Na ânsia ao teu desejo dar o beijo,
E os versos, como nunca num solfejo,
Por entre loucas melodias te amar...

E o tempo, de outrora tão distante,
Se faça eternizado em nosso leito,
Que sejas teu sossego o meu peito,
E as noites de luar mais radiante...

Que as brumas sejam nossos cobertores,
E a brindar os corpos, os luares,
Enquanto a brisa secam os suores...

Que vaguem, pelo tempo os olhares,
Vadiem em nossas bocas, os sabores,
Enquanto eu te amar e tu me amares...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Em Ti...

É por nada esse amor que me habita,
Essa coisa de sentir o que não vejo,
Esse jeito de amar sem ter noção,
Essa loucura de viver quando se grita...

É tentação que maltrata o sentimento,
É pensamento que em vão torna conflito,
É como um grito que se dá sem ter razão,
É aceitação deste teu peito onde habito...

E posso amar-te sem motivo e sem segredo,
Também se ama na invocação dos medos,
Aumenta a ânsia de amar sem te perder...

Porque se ama sem saber o que se sente,
Dou-te amor nesta loucura docemente,
Pra que habites meu amor o meu viver...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Diante de Ti

Quedo-me diante da sua postura,
Acerca dos sonhos que ora acordam,
No auge do alvorecer da vida,
No entardecer de toda a loucura...

E me posto conhecedor dos sonhos,
Enquanto despertas teus desejos,
Buscando cada pétala com um beijo,
Para enfeitar o teu jardim de flores...

Cala-me a alma tua força oculta,
Quando consegues pegar devaneios,
E transformá-los em realidade,

É como o amor, que em vida resulta,
Sem guerras nem dores e nenhum receio,
Plantando a paz e a felicidade...”

― Marco Antonio Alvarenga

“DESPEDIDA

O céu perdeu o eterno encanto,
As estrelas cansadas perderam brilho,
Os cristais se tornaram pranto,
E os versos perdidos em quartilho...

As palavras se intimidaram aos olhos,
O poeta já não tem mais sua musa,
As cortinas se fecharam na janela,
A poesia encontra-se reclusa...

A noite já não é mais dos namorados,
Que viviam entre beijos e canções,
Perde o poeta suas inspirações...

A lua não acredita mais nos bardos,
Nem que é a única e completa,
Nos tristes versos de um louco poeta...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Deixe-se Amar...

Deixe que fale a voz dos ventos,
Que rolem as lágrimas dos olhos,
Deixe que brilhe a luz do luar,
E grite mais alto seus sentimentos...

Deixe que entoe seus pensamentos,
A canção do amor num breve sonhar,
Deixe que a chuva molhe seu rosto,
Inundem a vida de encantamentos...

Deixe que os pés em passos lentos,
Busquem o caminho do seu destino,
E os labirintos sem medo de errar...

E que eternize esses momentos,
Num breve momento de desatino
Esqueça o ódio, deixe-se amar...”

― Marco Antonio Alvarenga

“DE TODO O TEU AMOR
(ref. Ao Soneto de Fidelidade de Vinícius de Moraes)

O amor que não durou o infinito,
Posto que fosse mortal a chama acesa,
Transformando em cinzas sua beleza,
Fazendo solidão meu próprio grito.

E não sabe da angústia dessa morte,
Que cedo ou tarde o amor te perderia,
Sem cair o pranto, deboche da sorte,
No pesar agonizante da euforia.

E hoje espalhado por entre cantos,
Cada momento intenso mal vivido
Desvencilhando assim do pensamento.

E mesmo não morrendo os teus encantos,
Sem zelos mostrarei ter esquecido
E de todo o teu amor sou desatento.”

― Marco Antonio Alvarenga

“CRUELDADE

Quanto agouro chibata da vida,
Cortam a pele sem piedade,
De cobiças e maldades,
Como açoites em tez desconhecida...

E a mão que levanta a ira,
Que discrimina amor alheio,
Corrói-se queima como pira,
Pois se é triste o devaneio...

Na insistente perda de tempo,
Em fazer-se pretexto destruidor,
Levando ao fim um grande amor...

Mas se engana sem nenhuma prova,
Sem saber que apenas se renova,
O sentimento avassalador...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Conforto

Concentro-me no silêncio do teu afago,
Para sentir a proteção do teu carinho,
Afogo-me na essência dos teus beijos
Perdendo-me no dédalo do teu caminho...

Ouço a melodia dos teus suspiros,
Embalando o adormecer do meu cansaço.
Durmo, no entorpecer dos teus devaneios,
Sonho, no aconchego do teu abraço...

Voo na imensidão da tua aura,
Frequente viagem a tua órbita,
Vago, na escuridão do firmamento,

Busco o limiar de tua esfera,
Perco-me por entre montes e crateras,
Faço do teu luar meus pensamentos...”

― Marco Antonio Alvarenga

“COMO LOBOS

Uivos de lobos, luares e delírios,
Gemidos de prazer, tensão vertebral,
O fogo consumindo, calor do gozo,
Cio completo, desejo animal...

Reviram cabeças, contorcem trejeitos,
Suores dos corpos deslizam as mãos,
Mordidas na nuca, pegadas de efeito,
Se pega de jeito, aceleração...

E faz de esteio o calor dos seios,
Perdem-se nas curvas, por todos os meios,
E o eco do uivo fascinação...

E o dia amanhece outra vez acontece,
Cansados em cena, o corpo enternece,
E as bocas molhadas... Eterna Paixão!”

― Marco Antonio Alvarenga

“Clamor da Noite

Meu brado suplica entediado,
Ao consolo da solidão vivida,
Que mate a ausência descabida
Deste teu corpo ao meu desconsolado.

E o grito agudo enclausurado,
Impetra a fuga do isolamento,
Que em face deste meu tormento,
Em vil martírio e censurado...

E o eco em noite de tortura,
Do grito mais que angustiado,
Faça-se demanda de poesia.

Que ouça a lua através dos ventos,
O estrondo insano da minha voz,
Alucinado a clamar de nós...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Ciclos das Ondas...

E assim fechamos as portas do passado,
e que as águas da chuva levem para os rios,
o que sangrou de mágoas, e os sentimentos,
não sejam para nós nenhum tormento...

Porque vivemos desse amor tão lindo,
e jamais e nada irá nos separar...
Que a lua encontre a paz em noite plena,
enquanto os meus caminhos clarear...

E novos ciclos adiante nos esperam,
em algum lugar do tempo em nova era,
quando os rios com o mar se encontrar...

Que as ondas levem adentro oceano,
as dúvidas, angústias e desesperos,
e que tragam as certezas, o teu luar...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Caminho do Destino...

E me pergunto no caminho estreito,
Qual alma que comigo vai ao peito,
Senão a minha cega em meu caminho,
Para que não me deixes andar sozinho...

E comigo vai, por onde meu destino,
Nas tristes andanças como peregrino,
Para qualquer lugar ou em lugar algum,
Hoje sou eu e ela, depois apenas um...

E nessa jornada destino desmedido,
Passa-se o tempo sinto estar perdido,
Sigo a minha alma e minha sensatez,

Mesmo que as dores façam-me ferido,
E que meu destino sempre dolorido,
Acaba meu caminho, foi-se uma vez...”

― Marco Antonio Alvarenga

“CAI A NOITE

A noite cai sobre o véu do luar,
Cintilam estrelas cadentes, azuis...
E o mar ecoa em ondas sonoras
Beija o céu o horizonte de sonhos...

E o som propaga lento na noite,
A voz cansada traçando soneto,
Por entre olhares, mordidas na boca,
Na madrugada eu louco você louca.

E nos abraços de camas desfeitas,
Em chão de estrelas de noites que caem,
O aconchego de peles perfeitas,

Enquanto o peito como travesseiro,
Não quer saber da noite que cai,
Você me ama me entrego inteiro...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Brindando o Futuro

E quando o céu em chamas avisar,
Que o ano novo está chegando,
Quero em tua boca deleitar-me,
E os meus olhos, tu verás chorando...

Pois é noite de festa e alegria,
Noite de abraços e fraternidade,
Noite de paz e também de poesia
Para um futuro de prosperidade...

Repare o céu e a estrela cadente,
Veja a lua a brindar com a gente,
O novo ano que chega sorrateiro...

Faça à estrela um lindo pedido,
E seu caminho não será perdido,
E em sua vida estarei presente...”

― Marco Antonio Alvarenga

“BREVE MOMENTO

O tempo escureceu meus pensamentos,
Um súbito instante de agonia,
Recai sobre meu corpo cansado,
E meus pés a cada dia mais lentos...

Intento para breve, tal momento,
E a luz eterna, brilho de alegria,
Clareie as sombras, mundo desejado,
E que compadeçam meus lamentos...

Que sejam de sorrisos meus pesares,
Que não limite o céu dos seus luares,
Que essa tempestade irá passar...

Ao tempo, qual se esconde pela vida,
Almejo eternidade desmedida,
Momentos divinais quando te amar...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Aura da Lua

A órbita, aura dos seus lindos luares,
Onde fluem seus pensamentos e encantos,
Onde dançam estrelas, frases ao vento,
Habitat que acolhe o seu sentimento,

Abraça a lua, bela, no firmamento,
Expondo-a repleta aos meus olhares,
Como em poesias soltas pelos ares,
Articula verbos, em fragmentos...

E quando a noite vai se dissipando,
Apressa-se a lua rumo ao oeste,
Atrás de nova aura no horizonte,

Enquanto novamente orbitando,
Perpetra a negra noite sua veste,
Fazendo a poesia sua fonte...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Atrevido

Sentir você me faz homem calado,
Menino atrevido moleque sapeca,
De olhar de silêncio e ato safado
Te puxo os cabelos te faço boneca...

Tocar você me faz homem atrevido,
Moleque sapeca menino calado,
Me acho em seu corpo me sinto perdido,
Faz-me ciranda e me deixa bolado...

Amar você me faz homem sapeca,
Menino calado de sonho contido,
De ato insano moleque atrevido...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Apego

Posso caminhar sobre pedras e espinhos,
Escalar montanhas vencer obstáculos,
Crer em cartas, consultar oráculos,
Ser um ermitão, ou guardião dos caminhos...

Posso andar sobre a lava a brasa,
Árdua e incandescente, fremente,
Sem queimar pegadas de volta para casa,
Eremita sem vulto, astuto carente...

Posso amar sem medo, apenas calado,
No meio de olhares, desvios de metas,
Ouvir absurdos, ignorar meu ego...

Posso me cercar de ofensas, crenças, mitos,
Mas nunca morrerei de afetos proscritos
Por uma pessoa a quem me apego...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Ao Pôr do Sol

Foste tu a roubar-me o sentimento,
Este, que ultrapassa a dor do peito,
que transborda ânsia em pensamento,
que me faz ofegante ao respirar...

Foste tu a querer-me e eu te querer,
nesta noite, de luar todo perfeito,
quando eclode a paz neste momento,
no limiar de estrelas, entardecer...

És tu a delirar-me de insônias,
com vontades aleitadas onde deito,
enquanto os lábios a beijar-me louca(mente)...

És tu atroz de toda cerimônia,
que furta os sentimentos do meu peito,
matando-me de amor ao sol poente...”

― Marco Antonio Alvarenga

“ANONIMATO

Assim é como me sinto, atrevido,
Vivido por entre escombros, em dores,
Em mágoas passadas no tempo perdidas,
No frio de um jardim sem flores...

Assim é como me calo no abismo,
Sem ter razão para morrer, sem ver ou crer,
Que a noite é o meu ostracismo,
E cismo a lua é o meu bem querer...

Assim é como me deixo absolvido,
Mas retido na demência dos teus luares,
Guardado no encanto dos teus olhares...

Assim é como me vejo escondido,
Louco e perdido pelo teu grande amor,
Na minha loucura, anonimato da dor...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Anjo Atroz...

Sou o intruso que penetrou nas frases,
Que desnudou algumas poucas palavras,
Inventou com versos o seu próprio soneto,
Escreveu o amor pela lua em poesias...

Sou o insano que incitou os imortais,
Versejou Vinícius, declamou Pessoa,
Tropeçou na pedra que escreveu Drummond,
Sou filho da poética veia da mãe...

Sou o que insistiu a enfeitiçar poemas,
Fazendo sentimentos os meus temas,
De manso cordeiro a um leão feroz,

Sou o início do dom, do tom, do som...
Da lira, da rima, do canto, da voz,
A prosa, a trova, qualquer anjo atroz...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Amor Criança...

Amar é tão bom quanto picolé de limão...
A gente se lambuza e mata a sede,
É como brincar na chuva em dia de sol,
Comer pipoca assistindo televisão...

Amar é gostoso como mascar chicletes,
Andar de meias, dentro da própria casa,
Sentir a liberdade de gritar ao mundo,
Ser criança ao redor de marionetes...

Amar é querer ser feliz mesmo chorando,
É sorrir quando se está de castigo,
Fugir da mãe e encontrar-se com amigos...

É viver a vida voltar a ser criança,
Virar cambalhota é rodar ciranda,
Pular o muro, cair é correr perigo...”

― Marco Antonio Alvarenga

“Adeus e Saudades...

... E à tarde cantou melodias de amor,
Saiu pelas ruas mordendo esquinas,
Chutando palavras brigando com a vida,
Fazendo maldade com a tua rotina...

Fez do amor a mais bela avenida,
Revelou os mistérios da vida,
Mas deixou a saudade bater sem razão,
Foi assim que cantou o amor e a paixão...

E os versos antigos da tua verdade,
Foi refrão na canção feito às suas vontades,
Que ficou no passado, mas na voz continua...

Declamou por amor os encantos da lua,
Declarou seu amor e ser o dono da rua,
Mas o dia surgiu, foi adeus e saudades...”

― Marco Antonio Alvarenga

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Marco Antonio Alvarenga

Marco Antonio Alvarenga

Nascimento: 12 de Fevereiro de 1965 (59 anos)

Membro desde: 20/03/2013

Biografia: Marco Antonio de Alvarenga, nascido a doze (12) de Fevereiro de mil novecentos e sessenta e cinco, sexta-feira às 24:00 hrs. Poeta Acadêmico da ACLASP - Academia de Ciências, Letras e Artes de São Paulo, desde o dia vinte (20) de Agosto de dois mil e dezenove (2019).

Frase do Dia

“A guerra é um massacre de homens que não se conhecem em benefício de outros que se conhecem mas não se massacram.”

— Paul Valéry

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